Outros no entanto não tiveram tal sorte......Era uma vez Tico. Que fora pititico. Ainda menor que Luis. Hoje é grande. E dizem que já é demaior. Ninguém sabe. Certidão nem tem. Corre risco de morrer sem mesmo registro de nascido ter. Tem da vida todos tais anos que não podem ser medidos, senão que via um carbono raro. Mas quantos? Todos? Sim muitos! Queiloses todas pelo corpo, mais que anos? Ou mais que raros carbonos. Quem pode saber! “A mãe disse que me teve com treze, ou foi o Lico que morreu? A mãe não sabe, lembra de uma novela, qual seja, Vale-tudo, não foi em antes? Mas a mãe dizem que o pai matou! E matador fugiu para São Paulo, ah! Se achasse o pai! Juro que matava”. Ficam as marcas. Uma aqui é vacina, ali perto do fígado só pegou por fora, no bucho mesmo, nenhuma. Essa ai na perna é tiro? É. Policia? Tico não sabe se fogo amigo. Menino. Um montão de fugas pelo brejo, descampado, saltando muro, caindo e rasgando a pele em quiçaças. Hoje! Agora mesmo, entra na boca com quinze mangos enrolados apertados na palma da mão fechada e sai dela com papel no lugar do quinlão e uma luz diferente pisca na entrada do beco, “não moço dá um tempo, dá volta, sujou”, mas não era nem e assim de rápido se pá! Limpou. Mais quinze para Tico dar para Lilica, depois Lilica distribui. Agora o papel é para o moço conhecido. “Caprichado” diz esse sendo ele muitos, Caco, Caico, Caíque Kiko, Tatá, até mesmo doutor advogado João Alberto, candidato ao erário, do tanto que ainda não foi abiscoitado, músicos sem e com música, os que acham e os que são, os que não são e os que não acham, só por folia, só aos sábados, de domingo, de segunda, de terça, papel papéu, papér, excelente e tar. Se quisesse era só armar uma rede e ir pescando. E Tico cantava.
... Vida me levar
Vida leva eu,
Deixa vida me levar
Vida leva eu.
Frio que faz olha que frio fazia e Tico descalço num calção e numa camiseta “Rezaistes para senador”. Muita suja a camisa, mas não de hoje, já lavada e ainda suja, encardida, mas isso não é ruim, ruim mesmo é estar rasgada e torta por causa do pano ruim do corte ruim e tanto ruim que quase que saia pelo ombro esquerdo a gola alargada e torta. Está mesmo frio e Tico põe os braços por dentro, ficam as mangas tortas balançando sem os braços que se cruzam sobre a boca do estomago dentro da camisa, rasgada encardida e torta. Frio. O cão na barriga e o cano no púbis. Frio. Tico esfregando a sola de um pé no peito do outro, esquentando, distraído, olhando o olho do gato ou ratazana rebrilhando farol de mais um carro. Sujou diz, dá uma volta, limpou, quinze, papel, papéu, papér, excelente e tar. Moço atenção! Todo cuidado é pouco, Tuim morreu ontem, “os home?” “‘m se sabe” “fogo amigo?” “Pode se”. Então agora do topo falta Lilica para Tico ser patrão. Isso põe caraminholas na cabeça do menino. A mão no cano dentro do calção, Tico sorri, vai ser patrão do Branda, desce mais as mãos dentro do calção, pega segura, passa no cano do três oito, fica um pouco excitado, tem uma vontade de fazer uma zoeira, fazer uma barca no Cambuí e descer com a Samanta para Ubatuba e depois faz outra barca lá e subir. Mas Samanta ainda é de Lilica. Pode ser amanhã. Medita Tico e conclui: “Não essas coisas não se deixam para depois, tem que ser hoje, mas hoje ainda vai longe, quase até amanhã e dizque Lilica lê intenções nos olhos”. E pensativo pensa. “Advinha tudo tem parte...”. Pondera em si, e pergunta: “Já pensou ele desconfiar de mim?”. Só para responder: “Não eu não seria siso de fazer sem nenhuma de boa de chance”. Conclui: “Melhor sossegar os pensamentos”. Farol no olho do gato, “não moço”, “apaga a luz de dentro”. Todo sussurros diz e rediz: “Sujou, olha os home lá éivem, agora não”. Agora Tico tem umas contas desacertadas comendo miolos de dentro da cabeça dele. Dizem que numas assim tem que ter o dedo leve e coração frio qual barata! Ou os nervos nervosos de aço? Tico não sabe e fica nervoso, de não saber. Dá um rolê brou: Kiko, Nico, Caco, Caico, Caíque tanto faz. Nervoso orienta com sinais. Rolê, Rolê mano, soletra sussurra, com cara de ódio medo. A policia chega e pára, desce na toca, Tico entra na toca e pá pá pá pá pá pá. Dois na cara, dois no peito bem no meio para não estragar a peita de botões abertos e dois nos pés descalços dele também para se acaso morto ande. Lilica de deitado na cama com Samanta, deitado ficou meio para sempre. Samanta não chora, é mulher do patrão da hora, do outro, desse e do próximo é só se manter assim gostosuda apertada dentro do short vaginal. Samanta sabe o que ninguém sabe e que não dirá a ninguém e mesmo que quisesse, não poderia. No mais as pessoas daqui ninguém mesmo liga ou dá ouvido pensa ela. Então é prática e revira os bolsos de Lilica. “Isso é meu pertence”. Samanta diz a Tico. Ele nem discorda, mas tira o da mão dela, nem palavra falada dita foi ouvida nem da outra parte nem da uma.
Tico rei canta:
“Vida leva eu,
Deixa vida me levar,
Vida leva eu”
Tico vestido tudo de marca, não o patinho voando, mas sim bumerangue parado no ar no tênis, camisa de Lilica, calça de Lilica, e o tênis. Lilica tem pé muito grande, mas vestiu o naique pegou Samanta pela mão e saiu da toca e Boca disse “vai fazer uma zoeira patrãozinho, vai hoje é o seu dia, aproveita” Boca é mais velho tem quarenta, e nunca foi patrão, diz que não quer, mas Tico quer e Tico fez o que queria fazer. Foi para Ubatuba. Tudo isso antes de saber que ia matar o prefeito, depois não matar, e depois nem sabe se matou, nem acha que foi ele, podia matar, mas não lembra se pediram, se pediram! “Fui eu”, porque não conhecia o prefeito, mas se pedissem, mas foi e não foi e Tico anda confuso. Pra uns diz que sim e que não pra outros. Mas antes de estar confuso está em Ubatuba com Samanta e passa peróxido cremoso no corpo inteiro grande de Samanta, Samanta jamanta podia ser artista e riscando na areia úmida faz um coração e uma flecha que o atravessa, deixa Tico ver não, Samanta apaga tudo de sua arte nuvem mudou quimera o que foi não era e o que era não foi, não bailarina não poderia ser, ela é muito grande, Tico fica menor ainda perto de Samanta, ela borcada com a cara socada na areia, sem canga, sem toalha, rola e é um croquete, com o buço, muito buço, mas muito brancos, os pelos das pernas, dos antebraços também peroxidados, correm para água gelada e Tico nem Samanta sabem nadar. Tico mergulha no raso, rala a barriga na areia preta do fundo que também entra no calção, no cabelo. Enquanto Tico se livra da água que lhe entra pelo nariz, balançando a cabeça atirando a água retida nos cabelos. Samanta olha pra um coroa branquelo sentado numa cadeira plástica do quiosque e ele tomando caipirinha. Tico pergunta sem consciência negra: “ você vai preferir a coca laiti?” Samanta diz que não. Ela gostou do ciúme. Ele quase se arrependeu do zelo. E mesmo dentro do mar gelado o dele ficou grande, ficou duro, beijou, passou a não por dentro da asa delta verde limão dela, foram mais pro fundo ele afastou para o lado a asa delta e amou melhor que Lilica escolheram um outro carro que não o que os trouxe a praia.ela disse: “ era brabo, mas na hora do vamos ver...” Ele não disse que era a primeira vez dele. Ela sabia. E calou.
Eles voltaram?
Não.
Foram enterrados e desenterrados, para que a perícia lesse em seus corpos os escritos deixados pelas cápsulas, e o capsógrifo desse pergaminho nunca foi traduzido.
terça-feira, outubro 31, 2006
quinta-feira, outubro 26, 2006
9. O encafifado.
Já que falava de Luis e devo ao leitor paciente o que pode dar alguma luz a Luis.
Seu avô (dele) Luis da Silva, fora traído pela noiva, matou o amante balofo estrangulando-o com uma corda que o destino lhe deixara sobre a mesa e nesta hora exata foi-lhe o: clique aqui. Clicou. Tencionou a corda com a força infinita dos fracos, no vasto pescoço. Vagou pelo mundo fugindo da vergonha que carregava até ser encontrado por Inês da Silva que procurava um asno que lhe atravessasse o rio da vida. Inês casou-o com ela mesma. Luis da Silva levava o rascunho de uma mulher traidora e sempre quis passar a limpo sobre Inês da Silva, terminou por entender seu caráter milenar, fossilizado e imutável. Inês da Silva uma solução do resigno. E como fruto desta milenaridade e resignação veio um filho a quem deram o nome de Luis da Silva Filho que sem ter por que se encolerizar ou mesmo resignar-se foi casado por sua mãe com Inês Pereira e geraram Luis da Silva Neto e teriam gerado mais se a carraspana crônica, a concupiscência e o tabagismo entranhado, este que incendiou o colchão onde dormiam torpes de suas atividades sólitas. Luis da Silva Neto foi levado pela vizinha Dona Inês que o tratou como filho igual aos outros que nos anos que Luis ali viveu viu nascer e morrer mais que seus pequenos dedos podiam contar, até o dia em que vazou da casa lotada de fantasmas e viventes. Perambulou por ai, andou, virou, mexeu, sem nada saber ou carregar que não fosse o nome e a pequena fábula que Dona Inês disse lhe pertencer. Até o dia da chegada a Campinas.
Entre a saída de casa de Dona Inês e a chegada a Campinas não existiu. Dormiu para acordar e acordou para dormir. E terminou por dormir num alpendre que dava para a calçada da rua Padre Vieira esquina com Ferreira Penteado. Não seria diferente das tantas outras vezes, e a cada ocasião um recinto distinto, se não passasse o que vou lhes relatar.
Era o ano de mil novecentos e sessenta. José Itaca havia desistido de tentar um filho, tinha ainda forças para tanto, mas sua Inês não. Respeitoso pelos não-poderes de sua esposa, também não mais quis. Ela propôs: vamos adotar um menino. José um doce sem viés de azedume relutará, com argumentações pontuais, vencedoras. Bom marido, trabalhador. Igual a este? Mais nenhum. Dizia Inês à vizinha: você vê Dona Inês, ele dorme cedo, não vai a bares, acorda cedo, melhor não contrariá-lo.
Tal qual disse dona Inês, Jose acordou cedo. Ia à padaria e assustou-se com a visita. Depois do susto ao abrir a porta, José Itaca não acordou Luis. Sereno, retomou o afazer, foi à padaria União, como diariamente, pensou em gastar o tempo, para que este resolvesse, mas quando nisto pensou apertou-lhe o peito, mudou de idéia comprou dois filões a mais, um tanto de mortadela e uma lata de manteiga Aviação. Tens visita seu José, perguntou a mulher do Manoel. Com a voz embargada José Itaca respondeu - vamos dizer que sim. Sem mais nada dizer, senão que uma certa umidade no olhar, partiu célere. Ao chegar, abriu o portãozinho de ferro sempre engraxado, contemplou sem planos o menino, mas decidido troou. Acorde José Itaca Filho.
Atarantado Luis Silva Neto ao abrir os olhos vê o homem a sua frente, tudo em seguida, senta-se onde dormia, e com as mãos espalmadas posta onde sentava, empurrou-se para trás cerrando-se contra a parede. Muitas outras vezes fora flagrado dormindo em próprios alheios. Havia algo diverso.
Quis sair, mas José Itaca interveio.
- Acalme-se meu menino, disse José olhando-o meigamente. Luis da Silva Neto desceu das mãos e com uma delas, mas precisamente com o punho limpou as remelas. Então tentou se explicar.
- Estava com sono, dormi! Diz o menino.
José Itaca pode entender aquela naturalidade. Desde a casa de Dona Inês dormia não onde, sim quando. Quando vinha o sono, dormia. Sempre aos montes, ou no meio às suas beiradas. Nem disso era dono, lugar fixo para dormir.
Eu sei filho, eu bem que sei! Disse José Itaca, acho que tens fome.
Seu avô (dele) Luis da Silva, fora traído pela noiva, matou o amante balofo estrangulando-o com uma corda que o destino lhe deixara sobre a mesa e nesta hora exata foi-lhe o: clique aqui. Clicou. Tencionou a corda com a força infinita dos fracos, no vasto pescoço. Vagou pelo mundo fugindo da vergonha que carregava até ser encontrado por Inês da Silva que procurava um asno que lhe atravessasse o rio da vida. Inês casou-o com ela mesma. Luis da Silva levava o rascunho de uma mulher traidora e sempre quis passar a limpo sobre Inês da Silva, terminou por entender seu caráter milenar, fossilizado e imutável. Inês da Silva uma solução do resigno. E como fruto desta milenaridade e resignação veio um filho a quem deram o nome de Luis da Silva Filho que sem ter por que se encolerizar ou mesmo resignar-se foi casado por sua mãe com Inês Pereira e geraram Luis da Silva Neto e teriam gerado mais se a carraspana crônica, a concupiscência e o tabagismo entranhado, este que incendiou o colchão onde dormiam torpes de suas atividades sólitas. Luis da Silva Neto foi levado pela vizinha Dona Inês que o tratou como filho igual aos outros que nos anos que Luis ali viveu viu nascer e morrer mais que seus pequenos dedos podiam contar, até o dia em que vazou da casa lotada de fantasmas e viventes. Perambulou por ai, andou, virou, mexeu, sem nada saber ou carregar que não fosse o nome e a pequena fábula que Dona Inês disse lhe pertencer. Até o dia da chegada a Campinas.
Entre a saída de casa de Dona Inês e a chegada a Campinas não existiu. Dormiu para acordar e acordou para dormir. E terminou por dormir num alpendre que dava para a calçada da rua Padre Vieira esquina com Ferreira Penteado. Não seria diferente das tantas outras vezes, e a cada ocasião um recinto distinto, se não passasse o que vou lhes relatar.
Era o ano de mil novecentos e sessenta. José Itaca havia desistido de tentar um filho, tinha ainda forças para tanto, mas sua Inês não. Respeitoso pelos não-poderes de sua esposa, também não mais quis. Ela propôs: vamos adotar um menino. José um doce sem viés de azedume relutará, com argumentações pontuais, vencedoras. Bom marido, trabalhador. Igual a este? Mais nenhum. Dizia Inês à vizinha: você vê Dona Inês, ele dorme cedo, não vai a bares, acorda cedo, melhor não contrariá-lo.
Tal qual disse dona Inês, Jose acordou cedo. Ia à padaria e assustou-se com a visita. Depois do susto ao abrir a porta, José Itaca não acordou Luis. Sereno, retomou o afazer, foi à padaria União, como diariamente, pensou em gastar o tempo, para que este resolvesse, mas quando nisto pensou apertou-lhe o peito, mudou de idéia comprou dois filões a mais, um tanto de mortadela e uma lata de manteiga Aviação. Tens visita seu José, perguntou a mulher do Manoel. Com a voz embargada José Itaca respondeu - vamos dizer que sim. Sem mais nada dizer, senão que uma certa umidade no olhar, partiu célere. Ao chegar, abriu o portãozinho de ferro sempre engraxado, contemplou sem planos o menino, mas decidido troou. Acorde José Itaca Filho.
Atarantado Luis Silva Neto ao abrir os olhos vê o homem a sua frente, tudo em seguida, senta-se onde dormia, e com as mãos espalmadas posta onde sentava, empurrou-se para trás cerrando-se contra a parede. Muitas outras vezes fora flagrado dormindo em próprios alheios. Havia algo diverso.
Quis sair, mas José Itaca interveio.
- Acalme-se meu menino, disse José olhando-o meigamente. Luis da Silva Neto desceu das mãos e com uma delas, mas precisamente com o punho limpou as remelas. Então tentou se explicar.
- Estava com sono, dormi! Diz o menino.
José Itaca pode entender aquela naturalidade. Desde a casa de Dona Inês dormia não onde, sim quando. Quando vinha o sono, dormia. Sempre aos montes, ou no meio às suas beiradas. Nem disso era dono, lugar fixo para dormir.
Eu sei filho, eu bem que sei! Disse José Itaca, acho que tens fome.
quarta-feira, outubro 25, 2006
8.Mesa um.
O famoso estatuto da famosa mesa um foi escrito pelo famoso Zé. Assíduo freqüentador dela, mais que isso, seu famoso presidente. Dizem existir um calhamaço de trinta páginas que nunca foi visto. Mas diz a famosa lenda que ele existe e agradeço a Zé a oralidade folcloripreservadora mantida viva. Há contudo quem o tenha lido. Dizque, Ecidão famoso inventor do novo bordão do partido o famoso ”adaPTei”. Ecidão leu? Dizemque.
- Introibo ad mesaum Deckei. Diz Luis. Em latim de coroinha.
O brasileiro quando é do samba É entusiasmado, quando...
Cantarola Luis acompanhando o regional que seguia presto. Pondo voz onde não deve haver. Um galo canta ao longe. Luis remoto como um vaso de barro mesopotâmico, segue sem pára-águas na chuva de sua memória. Agora entra numa classe de físico-química onde o professor doutor embaralhava-se com a lei de distribuição de Boltzmann. Ambrósio o aluno judeu fecha a pasta chamando com o barulho a atenção do mestre professor doutor.
- Que acontece senhor Ambrósio? Pergunta o mestre silabando. Ã- Bró-siii-ô.
Ambrosio gentil aluno prático na sabedoria prática dos gentios responde quase feminino:
- Sabe o que é professor doutor: esqueci a roupa no varal e a pressão aumentou, acho que vai chover. Disse o remoto Ambrosio. E o dito e assim dito foi o júbilo, o cântico dos cânticos. E todos ou quase todos saíram para os seus feijões e roupas nos varais. O de Luis era um tabuleiro de xadrez. Luis credita ao desaparecimento de Ambrósio, que nunca mais voltou a faculdade depois do acontecido, seu tardio esquadro da LibeLu e seu tardio enquadro no movimento-independente-não-se-pode-mudar-o-Brasil-se-não-mudo. Diz de si para consigo: Bobagens, abanando simetrias interpostas.
No Deck segue o regional Jacobiando, waldiazevediando, enfim bandolinando, sacando espinhas de bacalhau. E o zumzumzum mosqueado na fila do perdigoto onde está Ademar e o Aluno um na kronenbier o outro no chope e nesta ordem. Ademar já tocou pandeiro, às vezes dá uma canja, mas tem a bursite. Isso é o que ele diz, mas é gota. Disse outro dia o seu Ivan. Talvez seo Ivan apareça no bar hoje.
Primeiro intervalo. Palmas muitas palmas e uma certa devoção. Chorões. Discutindo o porquê de a maioria dos chorinhos não terem letra? E quando têm são de lascar. E ponto. Ponto nada. E Carinhoso? É a única. Você que pensa. O outro abre o y do y. Você já ouviu Assanhado com o Armandinho? Pronto. Pega fogo. Que Armandinho que nada? Aquilo é jazz. Estou falando de chorinho. O infinito é ali mesmo, perto da discussão de encruzilhadas.
Flores. Muitas flores, tudo são flores. Diria o seu Ivan. Pensa Luis. Quando vê chegando três moças. Elas. Isso são Elas. Birds. Diz Chic’Orelha. Uma bonita, uma negra bonita e uma nega Feia par la demon seccours.
Ana banana
Não tem caroço,
É fruta linda,
Pra lindo moço.
Luis cantarola sem voz uma canção adolescente de sua autoria, para um festival do calouro, quando ele já não o era.
Para seu Ivan não há mulheres feias. Um verdadeiro homem bomba. Mata-se para abate-las. Quando vê uma fêmea vem lhe a urticária, pernas mordiscando qual boca de jacaré e todo-cotovelos cotoveleia. Um gay macho, pura testosterona. Ó! Olha! Ó! Interpelando vizinhos. Mas Seu Ivan ainda não chegou ao Deck para nos brindar com a sua animalidade perfumada à francesa.
- Introibo ad mesaum Deckei. Diz Luis. Em latim de coroinha.
O brasileiro quando é do samba É entusiasmado, quando...
Cantarola Luis acompanhando o regional que seguia presto. Pondo voz onde não deve haver. Um galo canta ao longe. Luis remoto como um vaso de barro mesopotâmico, segue sem pára-águas na chuva de sua memória. Agora entra numa classe de físico-química onde o professor doutor embaralhava-se com a lei de distribuição de Boltzmann. Ambrósio o aluno judeu fecha a pasta chamando com o barulho a atenção do mestre professor doutor.
- Que acontece senhor Ambrósio? Pergunta o mestre silabando. Ã- Bró-siii-ô.
Ambrosio gentil aluno prático na sabedoria prática dos gentios responde quase feminino:
- Sabe o que é professor doutor: esqueci a roupa no varal e a pressão aumentou, acho que vai chover. Disse o remoto Ambrosio. E o dito e assim dito foi o júbilo, o cântico dos cânticos. E todos ou quase todos saíram para os seus feijões e roupas nos varais. O de Luis era um tabuleiro de xadrez. Luis credita ao desaparecimento de Ambrósio, que nunca mais voltou a faculdade depois do acontecido, seu tardio esquadro da LibeLu e seu tardio enquadro no movimento-independente-não-se-pode-mudar-o-Brasil-se-não-mudo. Diz de si para consigo: Bobagens, abanando simetrias interpostas.
No Deck segue o regional Jacobiando, waldiazevediando, enfim bandolinando, sacando espinhas de bacalhau. E o zumzumzum mosqueado na fila do perdigoto onde está Ademar e o Aluno um na kronenbier o outro no chope e nesta ordem. Ademar já tocou pandeiro, às vezes dá uma canja, mas tem a bursite. Isso é o que ele diz, mas é gota. Disse outro dia o seu Ivan. Talvez seo Ivan apareça no bar hoje.
Primeiro intervalo. Palmas muitas palmas e uma certa devoção. Chorões. Discutindo o porquê de a maioria dos chorinhos não terem letra? E quando têm são de lascar. E ponto. Ponto nada. E Carinhoso? É a única. Você que pensa. O outro abre o y do y. Você já ouviu Assanhado com o Armandinho? Pronto. Pega fogo. Que Armandinho que nada? Aquilo é jazz. Estou falando de chorinho. O infinito é ali mesmo, perto da discussão de encruzilhadas.
Flores. Muitas flores, tudo são flores. Diria o seu Ivan. Pensa Luis. Quando vê chegando três moças. Elas. Isso são Elas. Birds. Diz Chic’Orelha. Uma bonita, uma negra bonita e uma nega Feia par la demon seccours.
Ana banana
Não tem caroço,
É fruta linda,
Pra lindo moço.
Luis cantarola sem voz uma canção adolescente de sua autoria, para um festival do calouro, quando ele já não o era.
Para seu Ivan não há mulheres feias. Um verdadeiro homem bomba. Mata-se para abate-las. Quando vê uma fêmea vem lhe a urticária, pernas mordiscando qual boca de jacaré e todo-cotovelos cotoveleia. Um gay macho, pura testosterona. Ó! Olha! Ó! Interpelando vizinhos. Mas Seu Ivan ainda não chegou ao Deck para nos brindar com a sua animalidade perfumada à francesa.
terça-feira, outubro 24, 2006
7.Deck bar.
Podia se dizer Beira-corgo. Só beira. A Barranca. O barranco. Riba. Talude. Ou ainda bem menos criativo: Terceira Margem. Enfim Deck e Luis da Silva Neto entra.
- Sua graça? Pergunta esse forasteiro ao servente.
- Belmiro. E o senhor? pergunta ele.
- Luis. O que podemos beber, Belmiro? Pergunta esse ao falante. Belmiro fala com sofreguidão de cotovelos sem balcão e inépcia dos que tudinada têm a dizer. E ai bastam trinta segundos e já se saberá um pouco mais do desnecessário, via sabichão!
- Como é sua receita de drai Martini? Pergunto. Adoro ver orgulhos brilharem sem porquês. E mentirosos engolirem cuspe passando pelos nós guturais.
- Misturo gelo com casquinha de limão. Lavo esta mistura com gim importado. Lavo o copo de drinque com o Martine seco. Deixo escorrer, a parede fica úmida de Martine seco, despejo no copo o gim gelado com o óleo do limão. Fala o cara como se estivesse sido tomado pelo Silvio Lanzeloti.
Calei-me. O bar fora de outro dono. Agora pertence a Wirto. Belmiro dizque inventou os drinques. Doze anos na faina. Muito embora, muito jovem!
- Então me vê esse Brasileirinho. Digo.
- Brasileirinho na dois Antoine. Grita Belmiro. Barmens e cozinheiros são sempre surdos. Ou garçons não sabem falar baixo.
Na mesa onze um casal com seu filhinho quadrúpede, insiste para que o filho não lata. A besta segue seu instinto, esquece Pavlov, late, rosna, volta a latir para Luis. Luis olha com carinho comedido para o animal. A mãe do cachorro se desculpa, mas Luis lhe faz ouvidos moucos, e segue acocorado ao lado do filhinho impertinente. Luis poderia estar pensando: será que um dia voltaremos a nos acasalar com os animais? Não sei porque? Na infância comia terra e fezes!. Namorava com cabritas e éguas e melancias e bananeiras! E fumava talos de chuchu. O pequeno cão agora senta-se sobre as patas traseiras, deixou cair as orelhas. Seu pai neste momento o imitava. O cinosuro levantou-se, olhou fixamente para o cãozinho e deu um latido forte.
Au... e olhou para a mãe com um sorriso amarelo. A mãe fulminou-o com olhar canino e disse
Mal educado. Hum! E tudo em seguida pedia a conta, enquanto o pai acudia o filho, que se babava e latia e rosnava.
Eu só retribui as boas vindas. Disse Luis fazendo cara de vira-lata.
O palco está sendo montado. Teremos Daniel do cavaco, Pleimobil no bandolim, Marcelo Faleiros no violão, Chic’Óreia do pandeiro e Anderson Alves e sua famosa Chupeta preta. Aparelhagem montada. Ligeira passada de som.
E vai entrando gente no bote de Caronte.
Onde está Luis? Por agora só tenho indícios de um homem e tais e poucos que até parecem nada para um personagem. Se não há personagem então narremos. Isso me fez a um circulo viajar. Creia-me.
Belmiro chega com o Brasileirinho para mim. Continuo personagem a umas boas paginas. Caipirinha, verde do limão, amarelo do maracujá, com gotas de Curaçao blues. É ano de copa.
- Obrigado. Digo.
- É para isso que estamos aqui! E emendou. O Sr. é daqui? Pergunta Belmiro.
Cioso como todo sousense desse rincão campineiro, de trilhas e áreas verdes e os rios já apresentados. É um lugar apreciado pelos amantes da natureza. É um lugar que já foi tranqüilo, mas ai o pessoal que gosta de lugares tranqüilos, foi chegando, chegando, comprando lotes, irregulares, que o tempo regulariza, vieram aos milhares, de tal modo e maneira, que a tranqüilidade já anda intranqüila.
Agora os que aqui estão empenham-se na proteção, para que assim permaneça, como se o Saara devesse ser preservado.
De onde era me piquei e já que você quer saber, também quero! Qual o tempo de chegada aqui necessário para ser daqui? Divago.
- Tem que nascer aqui! Oras bolas! Diz ele.
Bem, já estive em toda parte. E onde nasci, vivi menos anos dos que aqui vivo e aqui vivo a menos tempo que em outros onde estive.
Então você não é de lugar nenhum. Disse-me Belmiro.
Ai é que pega, sou um homem, com seu território móvel.
- Como assim? Demanda o desentendido Belmiro.
- Assim veja! Como um caramujo, carrego meu estado, meu município,o povo, a língua e minha casa! Reformulo.
Eu nasci aqui. Belmiro responde assertivo.
Eu nasci em toda parte e nenhuma.
Cada uma que me aparece! Vai Belmiro resmungando. Para além da mesa dos perdigosófilos de chorões, que por não terem vocal nem são tantos. E a baba escorre mesmo pela clarineta.
Deve ser a mesa dezoito, aquela, não? Há nela um sujeito que se poderia tomar como ente, melhor dito e a propôs de uma descrição não discreta, metido dentro de um kit completo caracterizador de um D que trabalha com o imediato do tal do desejo, despojado, quase Zen, numa boa, numa bermuda com mais bolsos que patas uma centopéia, um chinelo de couro com uma argolinha que prende o dedão (unhas de podólogo), tirou neste instante a camiseta onde se lia I Born to be wild. Estende a camiseta no espaldar da cadeira. Escorrega-se nela para a ponta do assento dele e da cadeira. Encosta-se no espaldar com a cabeça entre as mãos com dedos entrelaçados e cotovelos em asas. Olha para o sol através do preto e largo Lagerfeld. À espera me parece. Narcíseo? Um tanto, sim, Mas não é tudo. Tampouco todo. Alguma beleza ele espera. Em boa hora já a tem somado a si. Intriga a postura por parecer esperar alguém melhor. Isso mesmo. Ele sabe que o que espera é melhor que ele. E isso o faz grande. Vazando de si. É isso mesmo, como fico feliz por escrever essa besteira. Ele vaza. Sinto-o daqui e creio não ter ele aquelas preocupações: Será que ela vem? Parece não haver incertezas. Aqui vou eu gastando reticências.
A porta dos fundos do Deck acaba por ser principal. Está mais para entrada socializada, que para entrada social. Deixo isso para lá antes que me esqueça e me deixe enveredar por estas insolubilidades da humanidade indefensável.
- E Luis?
- Sim, continua a ser o herói. Como você percebeu estava eu curtindo uma de personagem. Luis depois de uma recepção canina acaba de ajeitar-se num tamborete à beira do balcão. Ao balcão o ser não é em si. Sim um incômodo incomodado. O chegar e sair dos garçons incomodados eles também com o ser aporrinhado. Mas o freguês tem sempre razão. Mesmo assim obstrui a boqueta para os copos cheios que saem para serem bebidos e voltarem quando são os mesmos. Agora imprestáveis. Cheios de batons, babas de bêbados, pequenos cacos de aperitivos já dissolvidos pela mistura de bebida e amilase.
Luis se distrai num jogo de adivinha. Como se tivesse tempo para cachorro. Quem teria neste ou naquele copo bebido? Inventa regras, com batom é de mulher, sem batom a pergunta deve ser: não é de mulher?
Segue o tempo correndo e sendo inútil contrariá-lo, Luis lembra-se de Laura e não queria. Que fazer? Laura o atrai ainda mais quando mingua, então sua mente foge para a remota Lins a contar vaga-lumes, integrais, diferenciais e às vezes moscas no pousa mosca do bar do Chino. Resolve uma integral de zero a três dx dividido por (x-1) elevado a 2/3 donde temos que lim quando b tende a 1 pela esquerda da integral de zero a b de fxdx mais o limite de c tendendo a 1 pela direita da integral de três a c fxdx. Luis diz que o resultado será divergente gerando uma figura tal e qual uma tenda de circo com um buraquinho no infinito, mais umas pinceladas de cafifa.
O pensamento ocupa-lhe como uma nuvem de moscardos, melhor dito Laura sempre volta como um bando de pernilongos zumbindo, mas de novo salva-lhe a nostalgia Linense, um desejo de beber cerveja com o pessoal da turma de engenharia de 1978 e as únicas duas meninas da classe. Amélia, Maria Amélia. Marélia, Mamélia, Amaria. Balança a cabeça dando-se a entender que hoje a vontade passou, só não foi esquecida, mas é já sem brilho, catarata, sim é diferente de Laura, que ainda lhe rubra o rosto. À época sobrava calor faltava verba, mas até isso é uma frescura. E o banho e a água pesada de Lins que não desensaboava a sujeira ancestral misturada à espuma cremosa do Lux de luxo.
Recorda-se do amigo de pensão Luis Vasconcelos.
- Onde andará? Será que desensaboado? Luis pensa no amigo irritado no banho. E o quê fará da vida Luis Vasconcelos? Pergunta-se Luis da Silva Neto e a si responde com uma matriz de variáveis,
O chope chega no choro. Luis bebe como se aquele faltoso copo de chope brindado, transbordante, digno de ajoelhamento não penitensioso, outorgador de luz radiante amareliça na parte não leitosa, à uma tempestade de júbilo levador. Um Ah! Soprado gutural esvaziador de pulmão. Luiz produz junto com um estalo que conseguido de vácuo bucal de lábios serrados com sucção diafragmática no que força o músculo do queixo no sentido de abrir a cavidade saboreadora gerando a tal explosão pela rápida ocupação do vácuo bucal. Tudo seguido daquele um: Ah! Atarantado, prosaico e louco.
Luis saboreia a depressão inclusive. Vejo-o depois de belo copo de chope cremoso, na volta ao assunto da matriz a dizer.
Copo? Presente à mão.
Cigarro? Presente sempre à mão.
Pensa? Pensamento sempre à mão. Luis volta a Luis Vasconcelos que era um homem lutando, querendo trocar lama por água limpa. E lá vem ele de novo. Luis Vasconcelos não sabia que a lama é que limpa. Nosso Luis sorri amarelo, desdenhando vicissitudes do descaminho.
- Fala Jotajota! Chama o serviço.
- Mesa indeferida? Pasmo ainda em meio a luta por se desamarrar, responde Luis menoscabando-se.
- Ahn? Fez Belmiro num agulho. E troou - Vocês estão todos loucos, o personagem da mesa dois, (e este sou eu), e como dizia Belmiro, é outro engraçadinho, cada homem um estado onde já se viu! Belmiro na mais pura rabugice.
- A mesa um pediu a conta. Explica o serviço, já um pouco mais centrado.
Ah! Valeu. Diz o servido que agora vira conselheiro. Desencana meu, doze anos na praça e ainda não aprendeu.
- Quanto mais rezo... Disse Belmiro conduzindo sua bandeja bordejada de inox repleta de lindos copos de chope.
O bar ainda não está cheio. Mas o freguês sente-se e senta-se melhor, assentado sempre na escolhida extensão de quatro patas bambas sem maciez para as partes macias formigarem que o bar oferece. Belmiro não argumenta mais. Cala-se ou ri amarelo. Cada um tem sua mesa da diretoria. E enquanto não conseguem o capricho incomodam o aparelho. Um quer olhar o rio, outro mirar gelosias espelhadas décor esparramadas pela parede do bar, não sei se uso bem essa palavrota chicobuarquiana. Outrossim, não tem importância. Volto aos fregueses, e estes querem ficar cerca aos músicos, uns outros longe de músicos perto da música. Uns nos cantos. Outros no meio.
Luis quer sempre a mesa um, longe dos músicos junto à musica e perto do balcão onde agora está. O chope chega sem ficar por ai excursionando, já disse. E disse também que não era toda a explicação, talvez a limitação de não haver mais nenhuma mesa para trás da linha de seu ombro o que dá segurança e uma visão plena do que acontece.
- Meia-pressão. Oferece Belmiro.
Chope presente Luis levou-o ao seu novo endereço. Mesa um.
- Sua graça? Pergunta esse forasteiro ao servente.
- Belmiro. E o senhor? pergunta ele.
- Luis. O que podemos beber, Belmiro? Pergunta esse ao falante. Belmiro fala com sofreguidão de cotovelos sem balcão e inépcia dos que tudinada têm a dizer. E ai bastam trinta segundos e já se saberá um pouco mais do desnecessário, via sabichão!
- Como é sua receita de drai Martini? Pergunto. Adoro ver orgulhos brilharem sem porquês. E mentirosos engolirem cuspe passando pelos nós guturais.
- Misturo gelo com casquinha de limão. Lavo esta mistura com gim importado. Lavo o copo de drinque com o Martine seco. Deixo escorrer, a parede fica úmida de Martine seco, despejo no copo o gim gelado com o óleo do limão. Fala o cara como se estivesse sido tomado pelo Silvio Lanzeloti.
Calei-me. O bar fora de outro dono. Agora pertence a Wirto. Belmiro dizque inventou os drinques. Doze anos na faina. Muito embora, muito jovem!
- Então me vê esse Brasileirinho. Digo.
- Brasileirinho na dois Antoine. Grita Belmiro. Barmens e cozinheiros são sempre surdos. Ou garçons não sabem falar baixo.
Na mesa onze um casal com seu filhinho quadrúpede, insiste para que o filho não lata. A besta segue seu instinto, esquece Pavlov, late, rosna, volta a latir para Luis. Luis olha com carinho comedido para o animal. A mãe do cachorro se desculpa, mas Luis lhe faz ouvidos moucos, e segue acocorado ao lado do filhinho impertinente. Luis poderia estar pensando: será que um dia voltaremos a nos acasalar com os animais? Não sei porque? Na infância comia terra e fezes!. Namorava com cabritas e éguas e melancias e bananeiras! E fumava talos de chuchu. O pequeno cão agora senta-se sobre as patas traseiras, deixou cair as orelhas. Seu pai neste momento o imitava. O cinosuro levantou-se, olhou fixamente para o cãozinho e deu um latido forte.
Au... e olhou para a mãe com um sorriso amarelo. A mãe fulminou-o com olhar canino e disse
Mal educado. Hum! E tudo em seguida pedia a conta, enquanto o pai acudia o filho, que se babava e latia e rosnava.
Eu só retribui as boas vindas. Disse Luis fazendo cara de vira-lata.
O palco está sendo montado. Teremos Daniel do cavaco, Pleimobil no bandolim, Marcelo Faleiros no violão, Chic’Óreia do pandeiro e Anderson Alves e sua famosa Chupeta preta. Aparelhagem montada. Ligeira passada de som.
E vai entrando gente no bote de Caronte.
Onde está Luis? Por agora só tenho indícios de um homem e tais e poucos que até parecem nada para um personagem. Se não há personagem então narremos. Isso me fez a um circulo viajar. Creia-me.
Belmiro chega com o Brasileirinho para mim. Continuo personagem a umas boas paginas. Caipirinha, verde do limão, amarelo do maracujá, com gotas de Curaçao blues. É ano de copa.
- Obrigado. Digo.
- É para isso que estamos aqui! E emendou. O Sr. é daqui? Pergunta Belmiro.
Cioso como todo sousense desse rincão campineiro, de trilhas e áreas verdes e os rios já apresentados. É um lugar apreciado pelos amantes da natureza. É um lugar que já foi tranqüilo, mas ai o pessoal que gosta de lugares tranqüilos, foi chegando, chegando, comprando lotes, irregulares, que o tempo regulariza, vieram aos milhares, de tal modo e maneira, que a tranqüilidade já anda intranqüila.
Agora os que aqui estão empenham-se na proteção, para que assim permaneça, como se o Saara devesse ser preservado.
De onde era me piquei e já que você quer saber, também quero! Qual o tempo de chegada aqui necessário para ser daqui? Divago.
- Tem que nascer aqui! Oras bolas! Diz ele.
Bem, já estive em toda parte. E onde nasci, vivi menos anos dos que aqui vivo e aqui vivo a menos tempo que em outros onde estive.
Então você não é de lugar nenhum. Disse-me Belmiro.
Ai é que pega, sou um homem, com seu território móvel.
- Como assim? Demanda o desentendido Belmiro.
- Assim veja! Como um caramujo, carrego meu estado, meu município,o povo, a língua e minha casa! Reformulo.
Eu nasci aqui. Belmiro responde assertivo.
Eu nasci em toda parte e nenhuma.
Cada uma que me aparece! Vai Belmiro resmungando. Para além da mesa dos perdigosófilos de chorões, que por não terem vocal nem são tantos. E a baba escorre mesmo pela clarineta.
Deve ser a mesa dezoito, aquela, não? Há nela um sujeito que se poderia tomar como ente, melhor dito e a propôs de uma descrição não discreta, metido dentro de um kit completo caracterizador de um D que trabalha com o imediato do tal do desejo, despojado, quase Zen, numa boa, numa bermuda com mais bolsos que patas uma centopéia, um chinelo de couro com uma argolinha que prende o dedão (unhas de podólogo), tirou neste instante a camiseta onde se lia I Born to be wild. Estende a camiseta no espaldar da cadeira. Escorrega-se nela para a ponta do assento dele e da cadeira. Encosta-se no espaldar com a cabeça entre as mãos com dedos entrelaçados e cotovelos em asas. Olha para o sol através do preto e largo Lagerfeld. À espera me parece. Narcíseo? Um tanto, sim, Mas não é tudo. Tampouco todo. Alguma beleza ele espera. Em boa hora já a tem somado a si. Intriga a postura por parecer esperar alguém melhor. Isso mesmo. Ele sabe que o que espera é melhor que ele. E isso o faz grande. Vazando de si. É isso mesmo, como fico feliz por escrever essa besteira. Ele vaza. Sinto-o daqui e creio não ter ele aquelas preocupações: Será que ela vem? Parece não haver incertezas. Aqui vou eu gastando reticências.
A porta dos fundos do Deck acaba por ser principal. Está mais para entrada socializada, que para entrada social. Deixo isso para lá antes que me esqueça e me deixe enveredar por estas insolubilidades da humanidade indefensável.
- E Luis?
- Sim, continua a ser o herói. Como você percebeu estava eu curtindo uma de personagem. Luis depois de uma recepção canina acaba de ajeitar-se num tamborete à beira do balcão. Ao balcão o ser não é em si. Sim um incômodo incomodado. O chegar e sair dos garçons incomodados eles também com o ser aporrinhado. Mas o freguês tem sempre razão. Mesmo assim obstrui a boqueta para os copos cheios que saem para serem bebidos e voltarem quando são os mesmos. Agora imprestáveis. Cheios de batons, babas de bêbados, pequenos cacos de aperitivos já dissolvidos pela mistura de bebida e amilase.
Luis se distrai num jogo de adivinha. Como se tivesse tempo para cachorro. Quem teria neste ou naquele copo bebido? Inventa regras, com batom é de mulher, sem batom a pergunta deve ser: não é de mulher?
Segue o tempo correndo e sendo inútil contrariá-lo, Luis lembra-se de Laura e não queria. Que fazer? Laura o atrai ainda mais quando mingua, então sua mente foge para a remota Lins a contar vaga-lumes, integrais, diferenciais e às vezes moscas no pousa mosca do bar do Chino. Resolve uma integral de zero a três dx dividido por (x-1) elevado a 2/3 donde temos que lim quando b tende a 1 pela esquerda da integral de zero a b de fxdx mais o limite de c tendendo a 1 pela direita da integral de três a c fxdx. Luis diz que o resultado será divergente gerando uma figura tal e qual uma tenda de circo com um buraquinho no infinito, mais umas pinceladas de cafifa.
O pensamento ocupa-lhe como uma nuvem de moscardos, melhor dito Laura sempre volta como um bando de pernilongos zumbindo, mas de novo salva-lhe a nostalgia Linense, um desejo de beber cerveja com o pessoal da turma de engenharia de 1978 e as únicas duas meninas da classe. Amélia, Maria Amélia. Marélia, Mamélia, Amaria. Balança a cabeça dando-se a entender que hoje a vontade passou, só não foi esquecida, mas é já sem brilho, catarata, sim é diferente de Laura, que ainda lhe rubra o rosto. À época sobrava calor faltava verba, mas até isso é uma frescura. E o banho e a água pesada de Lins que não desensaboava a sujeira ancestral misturada à espuma cremosa do Lux de luxo.
Recorda-se do amigo de pensão Luis Vasconcelos.
- Onde andará? Será que desensaboado? Luis pensa no amigo irritado no banho. E o quê fará da vida Luis Vasconcelos? Pergunta-se Luis da Silva Neto e a si responde com uma matriz de variáveis,
O chope chega no choro. Luis bebe como se aquele faltoso copo de chope brindado, transbordante, digno de ajoelhamento não penitensioso, outorgador de luz radiante amareliça na parte não leitosa, à uma tempestade de júbilo levador. Um Ah! Soprado gutural esvaziador de pulmão. Luiz produz junto com um estalo que conseguido de vácuo bucal de lábios serrados com sucção diafragmática no que força o músculo do queixo no sentido de abrir a cavidade saboreadora gerando a tal explosão pela rápida ocupação do vácuo bucal. Tudo seguido daquele um: Ah! Atarantado, prosaico e louco.
Luis saboreia a depressão inclusive. Vejo-o depois de belo copo de chope cremoso, na volta ao assunto da matriz a dizer.
Copo? Presente à mão.
Cigarro? Presente sempre à mão.
Pensa? Pensamento sempre à mão. Luis volta a Luis Vasconcelos que era um homem lutando, querendo trocar lama por água limpa. E lá vem ele de novo. Luis Vasconcelos não sabia que a lama é que limpa. Nosso Luis sorri amarelo, desdenhando vicissitudes do descaminho.
- Fala Jotajota! Chama o serviço.
- Mesa indeferida? Pasmo ainda em meio a luta por se desamarrar, responde Luis menoscabando-se.
- Ahn? Fez Belmiro num agulho. E troou - Vocês estão todos loucos, o personagem da mesa dois, (e este sou eu), e como dizia Belmiro, é outro engraçadinho, cada homem um estado onde já se viu! Belmiro na mais pura rabugice.
- A mesa um pediu a conta. Explica o serviço, já um pouco mais centrado.
Ah! Valeu. Diz o servido que agora vira conselheiro. Desencana meu, doze anos na praça e ainda não aprendeu.
- Quanto mais rezo... Disse Belmiro conduzindo sua bandeja bordejada de inox repleta de lindos copos de chope.
O bar ainda não está cheio. Mas o freguês sente-se e senta-se melhor, assentado sempre na escolhida extensão de quatro patas bambas sem maciez para as partes macias formigarem que o bar oferece. Belmiro não argumenta mais. Cala-se ou ri amarelo. Cada um tem sua mesa da diretoria. E enquanto não conseguem o capricho incomodam o aparelho. Um quer olhar o rio, outro mirar gelosias espelhadas décor esparramadas pela parede do bar, não sei se uso bem essa palavrota chicobuarquiana. Outrossim, não tem importância. Volto aos fregueses, e estes querem ficar cerca aos músicos, uns outros longe de músicos perto da música. Uns nos cantos. Outros no meio.
Luis quer sempre a mesa um, longe dos músicos junto à musica e perto do balcão onde agora está. O chope chega sem ficar por ai excursionando, já disse. E disse também que não era toda a explicação, talvez a limitação de não haver mais nenhuma mesa para trás da linha de seu ombro o que dá segurança e uma visão plena do que acontece.
- Meia-pressão. Oferece Belmiro.
Chope presente Luis levou-o ao seu novo endereço. Mesa um.
segunda-feira, outubro 23, 2006
6.Joaquim não.
Noutro dia irei a Joaquim Egidio, pensa Luis, nada a seu tempo. Agora? Voltar. Voltando.
Luis faz um nuto para Seu Mário e o corretor ao passar pelo bar Central. Sorrisos. Luis pensa que gostaram do seu chapéu, ou do cachimbo. Ou devem ter visto o ancinho que ele esconde. Coisas de velhos. Luis vira a direita e está agora na rua Maneco Rosa. Rua do ECT. Velha coisa de velhos. Cartinha. Letrinhas redondinhas. Você sumiu fiquei... Assinada. Beijo-com-batom. Verter lágrimas manchando o papel amassado quase marche desamassado sempre a reler. No mais cobranças - Caso o pagamento já... Desconsidere... E malas diretas, uma mala cheia de criatividades não criativas. Passo. Que publicidade não é informação e não posso falar de tudo que atormenta o herói passo a passo neste passeio que faz.
Depois do correio à direita há a rua Jacinto Martinelli,que seque pelo antigo caminho do bonde, e logo ali o Ribeirão das Cabras, que vem alem dos mateiros. Há a esquerda uma ponte pênsil sobre o rio Atibaia proibida a veículos. Muita gente vem da direita uniforme-caminhantes. Relojoaria Virginelli. Está fechando! Deve de ser o Seu João! Pensa Luis.
- Bom dia! Diz.
- Boa tarde já passou do meio-dia. Diz o Seu-acho-que-João olhando o Lassalle.
- Se Tarde? Boa tarde. Por acaso o senhor é o Seu João?
- Até essas horas, disse olhando o seu Lassalle no pulso. Sim sou. Como se depois daquelas horas não o fosse.
- Puxa vida, muito prazer em conhece-lo!
- Mas que tanto prazer será esse meu filho? Pergunta Seu João.
- É que fui informado que o senhor sabe toda a história não-histórica de Campinas, estou bem informado?
- Fofoca de barbearia, meu filho! Bondade sua em me despejar tanta importância.
- E por falar em bondade Seu João, o Senhor é amigo de Zaimã?
- Sim somos amigos. Jogamos sinuca toda quinta-feira.
- Mande um abraço ao Zaimã seu João!
-Mando sim, meu filho.
-Sou fã de Zaimã. Nunca o vi e se o avistar, continuarei amando-o.
Tenha uma boa tarde disse seu João e olhou-o com olhar piedoso.
-Boa tarde. Disse-lhe Luis. Tirando o chapéu. E olhou-o ainda cruzar a rua e ir até a pastelaria do Giba do outro lado da rua, pedir uma Brama. Luis segue o seu caminho
Bicicletas. Bicicletaria! Igreja de São Sebastião, fábrica de biscoito, onde deus é a matéria prima. Pequenina. Amarela e branca. Lixadinha, massa corrida. Seja bondoso pensa. Mas é um horror. Olha a bondade! Vigia-se. Mas, tinha que pegar este arquiteto que passou massa corrida e lixou e dizer-lhe: Horrorzinho hein? Fazendo um não com um movimento de cabeça.
Pizzaria. Deveria chamar-se Sacristia. Pensa. Pizzas são biscoitos, só que feitos de trigo, recheados e purificados em forno à lenha. Diz de si para consigo. O fogo purifica, consagra. Alquimia. Transformação termodinâmica. Mira. Pensa. Perde-se. Ah! Estou aqui! Com um sorriso de canto de boca. Espanta-se com a própria incerteza do onde.
Diante à pizzaria há um gramado e em suas hostes em ligeiro monte, há quatro hastes de coqueiro. Roseiras? Não lembro se havia, mas havia banquinhos com patrocínio – Guaraná Sport tel. 11 -. À frente está a Subprefeitura e ao lado direito desta para o observador colocado de costa à igreja de São Sebastião vê-se o coreto. Engraçado o coreto está à beira-rio plantado, é mais palco que coreto, pergolado, pichado, abandonado.
E quando voltando...
Não havia visto! Sinhá Joana, rotisseria, vitrines, belo lagarto, entre a chã-de-dentro e a chã-de-fora dizia vovó, assado. Cabidela sob encomenda. Berinjela a caponata, salpicão, lasanha-verde. É! Mas, não tem chope. Só por isso passo. Tudo ele diz lambendo os beiços.
Ponte pênsil novamente. Luis vai e volta em suas tábuas com parafusos desapertados fazendo barulho a cada passo. De pois vem o estacionamento daquela galeria e em frente um banco de jardim sem ele, com duras formas arredondadas para formas arredondadas macias e nele alguém deitado de bruços cabeça e pés fora do banco riscando o chão com um graveto. Trata-se de Ângelo, um pequeno deslocamento no tempispaço-meio-social. Em palavras do Seu Navalha, loucos a solta. Luis saúda.
-Ângelo como vai?
Ângelo não responde escondido atrás do seu olhar dissimulado. O Bacamarte abriu as portas da casa verde, disse também o seu Navalha. Mas as vacas se coçam em mourões de cerca, macacas caçam bichinhos no pelo de seus rebentos, cães farejam em postes obsessivamente demarcações, a propria palavra obsessivo cumpre o seu significado em relação aos “s”, barbeiros tilintam suas tesouras num continuo. Um louco nasceu com a vocação para o que ainda não foi inventado. E para o outro lado pelas bandas do Esquinão?
- Ah! Acho que já vou para o Deck. Pensa Luis enquanto dá uma olhada para trás e vê o casarão antigo de tijolinhos com beira e sacada, onde a pracinha de hoje fora eira no passado, junto com a igrejinha, devem ser objeto de desejo de arquitetos do presente. Um loft.
Segue Luis mas, ops!. No que desce do meio-fio...
- Vrummm. Fala uma picape saveiro.
- Puxa! Isso Luis disse mesmo. Ao que o retrovisor da saveiro bateu em seu mindinho. Doeu mesmo, vê-se pela cara que fez. Nem parece uma cidade pacata. Não é isso não. Diz de si para consigo e acrescenta - Saveiros dirigem seus condutores em qualquer cidade e não o contrário.
Mais uns passos na estreita calçada quase sarjeta, Per tutti massas e molhos, cheiro de tomate cozinhando há horas, sugo. É a maneira mais estúpida de se comer tomates. Passa pois alem do que, não tem microondas. Mais um passo e olha de fora o Deck Bar onde chegam instrumentos musicais.
- Pardelhas! Falta criatividade com os nomes de bares e restaurantes, sempre com nomes extrangeirizados. Disse Luis a olhar o luminoso do bar.
Luis faz um nuto para Seu Mário e o corretor ao passar pelo bar Central. Sorrisos. Luis pensa que gostaram do seu chapéu, ou do cachimbo. Ou devem ter visto o ancinho que ele esconde. Coisas de velhos. Luis vira a direita e está agora na rua Maneco Rosa. Rua do ECT. Velha coisa de velhos. Cartinha. Letrinhas redondinhas. Você sumiu fiquei... Assinada. Beijo-com-batom. Verter lágrimas manchando o papel amassado quase marche desamassado sempre a reler. No mais cobranças - Caso o pagamento já... Desconsidere... E malas diretas, uma mala cheia de criatividades não criativas. Passo. Que publicidade não é informação e não posso falar de tudo que atormenta o herói passo a passo neste passeio que faz.
Depois do correio à direita há a rua Jacinto Martinelli,que seque pelo antigo caminho do bonde, e logo ali o Ribeirão das Cabras, que vem alem dos mateiros. Há a esquerda uma ponte pênsil sobre o rio Atibaia proibida a veículos. Muita gente vem da direita uniforme-caminhantes. Relojoaria Virginelli. Está fechando! Deve de ser o Seu João! Pensa Luis.
- Bom dia! Diz.
- Boa tarde já passou do meio-dia. Diz o Seu-acho-que-João olhando o Lassalle.
- Se Tarde? Boa tarde. Por acaso o senhor é o Seu João?
- Até essas horas, disse olhando o seu Lassalle no pulso. Sim sou. Como se depois daquelas horas não o fosse.
- Puxa vida, muito prazer em conhece-lo!
- Mas que tanto prazer será esse meu filho? Pergunta Seu João.
- É que fui informado que o senhor sabe toda a história não-histórica de Campinas, estou bem informado?
- Fofoca de barbearia, meu filho! Bondade sua em me despejar tanta importância.
- E por falar em bondade Seu João, o Senhor é amigo de Zaimã?
- Sim somos amigos. Jogamos sinuca toda quinta-feira.
- Mande um abraço ao Zaimã seu João!
-Mando sim, meu filho.
-Sou fã de Zaimã. Nunca o vi e se o avistar, continuarei amando-o.
Tenha uma boa tarde disse seu João e olhou-o com olhar piedoso.
-Boa tarde. Disse-lhe Luis. Tirando o chapéu. E olhou-o ainda cruzar a rua e ir até a pastelaria do Giba do outro lado da rua, pedir uma Brama. Luis segue o seu caminho
Bicicletas. Bicicletaria! Igreja de São Sebastião, fábrica de biscoito, onde deus é a matéria prima. Pequenina. Amarela e branca. Lixadinha, massa corrida. Seja bondoso pensa. Mas é um horror. Olha a bondade! Vigia-se. Mas, tinha que pegar este arquiteto que passou massa corrida e lixou e dizer-lhe: Horrorzinho hein? Fazendo um não com um movimento de cabeça.
Pizzaria. Deveria chamar-se Sacristia. Pensa. Pizzas são biscoitos, só que feitos de trigo, recheados e purificados em forno à lenha. Diz de si para consigo. O fogo purifica, consagra. Alquimia. Transformação termodinâmica. Mira. Pensa. Perde-se. Ah! Estou aqui! Com um sorriso de canto de boca. Espanta-se com a própria incerteza do onde.
Diante à pizzaria há um gramado e em suas hostes em ligeiro monte, há quatro hastes de coqueiro. Roseiras? Não lembro se havia, mas havia banquinhos com patrocínio – Guaraná Sport tel. 11 -. À frente está a Subprefeitura e ao lado direito desta para o observador colocado de costa à igreja de São Sebastião vê-se o coreto. Engraçado o coreto está à beira-rio plantado, é mais palco que coreto, pergolado, pichado, abandonado.
E quando voltando...
Não havia visto! Sinhá Joana, rotisseria, vitrines, belo lagarto, entre a chã-de-dentro e a chã-de-fora dizia vovó, assado. Cabidela sob encomenda. Berinjela a caponata, salpicão, lasanha-verde. É! Mas, não tem chope. Só por isso passo. Tudo ele diz lambendo os beiços.
Ponte pênsil novamente. Luis vai e volta em suas tábuas com parafusos desapertados fazendo barulho a cada passo. De pois vem o estacionamento daquela galeria e em frente um banco de jardim sem ele, com duras formas arredondadas para formas arredondadas macias e nele alguém deitado de bruços cabeça e pés fora do banco riscando o chão com um graveto. Trata-se de Ângelo, um pequeno deslocamento no tempispaço-meio-social. Em palavras do Seu Navalha, loucos a solta. Luis saúda.
-Ângelo como vai?
Ângelo não responde escondido atrás do seu olhar dissimulado. O Bacamarte abriu as portas da casa verde, disse também o seu Navalha. Mas as vacas se coçam em mourões de cerca, macacas caçam bichinhos no pelo de seus rebentos, cães farejam em postes obsessivamente demarcações, a propria palavra obsessivo cumpre o seu significado em relação aos “s”, barbeiros tilintam suas tesouras num continuo. Um louco nasceu com a vocação para o que ainda não foi inventado. E para o outro lado pelas bandas do Esquinão?
- Ah! Acho que já vou para o Deck. Pensa Luis enquanto dá uma olhada para trás e vê o casarão antigo de tijolinhos com beira e sacada, onde a pracinha de hoje fora eira no passado, junto com a igrejinha, devem ser objeto de desejo de arquitetos do presente. Um loft.
Segue Luis mas, ops!. No que desce do meio-fio...
- Vrummm. Fala uma picape saveiro.
- Puxa! Isso Luis disse mesmo. Ao que o retrovisor da saveiro bateu em seu mindinho. Doeu mesmo, vê-se pela cara que fez. Nem parece uma cidade pacata. Não é isso não. Diz de si para consigo e acrescenta - Saveiros dirigem seus condutores em qualquer cidade e não o contrário.
Mais uns passos na estreita calçada quase sarjeta, Per tutti massas e molhos, cheiro de tomate cozinhando há horas, sugo. É a maneira mais estúpida de se comer tomates. Passa pois alem do que, não tem microondas. Mais um passo e olha de fora o Deck Bar onde chegam instrumentos musicais.
- Pardelhas! Falta criatividade com os nomes de bares e restaurantes, sempre com nomes extrangeirizados. Disse Luis a olhar o luminoso do bar.
sábado, outubro 21, 2006
5.Talho.
Seguindo na direção de Joaquim Egidio, depois da ponte do Atibaia, há a esquerda uma galeria para causar problemas a arqueólogos do futuro depois de abordarem ao primeiro dia da humanidade no seu retorno do caos.
- Ah! Estou aqui. Diz Luis ao que salva-lhe um sousense. Luis vê que lá vem um sousense, dono de mugentes e semoventes, chega-se facilmente a isso, pois de cujos ele o sousense traz consigo estrumes nas botas e sendo assim se verifica a premissa. Luis interpela-o com um: Dia! Inferindo-lhe o costume. Não o tendo. Não houve resposta. Mas o mediu com fidúcias, como se houvesse dado Luis bons dias a bois.
7 Luis não se incomoda, sabe que fidúcias ou besteiras valem além vale do Rio Grande e que as coisas o olham com um crivo de censura e a tudo responde com sua acidez árida.
Há a direita uma praça sem graça, desertificada calçada de pedrinhas portuguesas em desarranjos. Uma terra batida desértica debaixo de árvores. Uma banca de jornal está ali, sem inserção. Na esquina há um bar, então? Esquinão! Luis coça os olhos que como se neles houvera respingado suco de óbvio.
Luis encontra-se no Esquinão com a famosa costelinha de porco frita em gordura hidrogenada de muitos usos, prato de vidro temperado marrom transparente fundo, limão à francesa para que as bagas explodam o ascórbico e o cítrico no olho do comensal, garfo frágil para costela sem temperos. Rija.
Luis vai sempre em frente. Depois da famosa costela e uma cerveja gelada, seguiu sua via-sacra com uma mesma ladainha.
- Baaaaanco. Canta Luis fazendo um baixo gregoriano.
- Paaaaasso. Ainda canta, só que agora faz um Tenor idem.
- Faaarmáaacia. Luis repete o baixo.
- Volto a paaaassar. Idem tenor.
- Venda de rações e passariiiiinhos. Aquele baixo gregoriano só que piu allegro.
- Sempre passareiei. Falsete à M.N. allegro ma non troppo. Vira-se para o Bar Central. Cruza a rua e...
- Uma fezinha? Pergunta o entreposto de bicheiro com cara de camundongo atrás de queijinho.
- Sim. Cinco mangos na milhar 7242 m/c do primeiro ao quinto invertida. Responde Luis. Feliz por ter uma margem ética muito larga para subsistir.
O Bar Central com seu balcão forrado de fórmica por fora e paulistinhas por dentro. Por sobre, preto gastado. A lateral, cor-de-rosa quando a rosa dava nome a cor e os dois da mesma época.
- Fico. Diz Luis com um ligeiro aceno de cabeça de si só.
Há na Vitrine de salgados, pasteis, croquetes e um não sei que com um espeto que lhe vara. Um senhor de jaleco azul puído limpo, anota num papel rosa, prestes a virar salmon, de embrulho, fileiras de números de cima para baixo abaixo de nomes acima. Ao ver Luis apalancar no balcão vigia-o sem ir a ele e ele volta-se aos números da sua cabala, parece que obteve um resultado: Jão Prodome 17,30. Toma de uma caderneta prende a língua com a pinça polegar-indicador ( ah! não se esqueça a tal pinça é o que nos diferencia dos macacos) e passa as folhas aleatoriamente com a tal pinça . Parece que encontrou o mesmo Jão na caderneta. Indexa o Jão do papel rosa a página Jão. Corre o dedo sobre valores anotados consegue um resultado, perquire-o, mas não anota. Volta-se para Luis.
- Pois não! que ce quer? Disse-lhe o balconista.
- Salgado. Sua graça?
- Mario.
-Seu Mario que é isso? Luis aponta o dedo na direção do espetado. E enquanto a mão direita tenta se livrar de algo às costa que está a pinicar, como uma camisa de linho direto na pele sem mais nada por embaixo.
-Frango, peito de frango empanado. Rumina Mario.
-Ok. Não. Obrigado. Quero mesmo uma caipirinha.
-Turlbo! Turbo? Tulbo? Tubo? Audindecifrável foi a resposta.
- Mas, pinga com limão e açúcar é no mínimo, ótimo. Vamos experimentar. Diz Luis.
-João um tulrbo. Disse o Mário pro João.
-Pinga ou voka?
-Que pinga? Pergunta Luis.
- Ô fiu, Véio, né!
-Pode ser. Disse Luis.
E lá vem o João olhos muito pretos, desconfiados nem pios, alto grasso jaleco azul justo e sujo na parte que encobre o orelhão verde-barriga da telefônica que se entreve entre as casas chuleadas caseadas que prendem botões um preto outros brancos e no preto a linha amarela cruzadinha nos quatro buraquinhos formando uma cruz. Tudo fica diminuído ao seu pé. A citar pilão: faca, limão, açucareiro e tábua e nela há um pequeno vale ao centro formado pela faca amolada até quase só cabo, dada infinidade de limões ali fatiados em rodelas, em cubos ou à francesa. Caipirinha! Finas rodelas unibagais de limão tirado o branco que deixa gosto azedo. Dentro do pilão mais açúcar, pila até melar. Outras rodelas sobram sobre a tábua, um copo tubo. Luis descobre. Era tubo! Pedras de gelo furadinhas, várias, até a boca do copo tubo. Depois insere rodelas de limão que estavam sobre a tábua entre o gelo e a parede do copo. Pinga no pilão, nova mexida, despeja o liquido cremoso no copo com gelo e rodelas de limão, não sendo suficiente para encher, completa-se com cachaça. Fogo no botijão.
-Saúde! – disse a Luis um cotovelo desconhecido, com aquele ar de quem, você-não-é-o-já-te-vi-nalgum-lugar-antes?
-Saúde! Pode ser - disse Luis e continua - afinal não vejo sinais em mim de invisibilidade a menos que seja neste tal lugar antes diferente desse e se isso pode ser comprovado deve ser o mais provável e que se verifique! E ergue o copo em ofertório, e bendiz, e a tudo junta um sorriso de quem fez pum. Alguém pedira um café... O que tem bico, mas não pinica, tem asa e não voa, vem seguro pela asa e enche do preto passado no saco o copo de fundo grosso.
Do que ouvi o cotovelo é corretor e seu vizinho também, e os que alarem o bar ali sentados, e acho que vi uma bengala e um chapéu marlonbrando em férias num verão em Paris, são 30% do pib e do Who’s who campineiro. Ao lado de Luis o enxuga-gelo-cotovelo olha para seu braço forte.
- Tartufices! Pensa Luis.
O braço do cotovelo também é forte. Uma francesa? A essas horas? Só pra se conhecer melhor? Melhor não, pensa Luis, bebi cerveja na esquina, caipira no Central melhor é vazar. Então via.
- Que mais? Fechado. Diz de só para si.
Açougue. Passo.
Padaria? Passo que sou pé. Diz Luis.
- 1,99. Passo.
- Igreja sem arquitetura, de todas as maneiras. Passo.
- Bar Caipirão! Sujo? Sim.
Quem não curte um sujinho. Havendo televisão? Sujão! Pensa Luis, eu do meu lado não sou tão radical, mas compartilho do mal-dizer. Já perdi muito tempo olhando-a sem entendê-la. Luis, mais pelo écran, passa.
Calçada novamente. Outra galeria; restauração Campinas Decor; em dia de fechado. Café, chá do... Contudo.
Aluga-se. Bela casa para Almo. Cantina Del Vicino. Inaugura hoje ao jantar.
Segue nosso Luis buscando desinteressadamente, só mesmo por um hábito turístico volátil. Jogar buraco com a sogra. Aguarda a primeira hora da tarde quase por findar. Então leva a eito. Com ritmados trejeitos de ombros que reverberam por todo o corpo.
- Meu Senhor faz favor! Pergunta a um transeunte.
- Sim! Responde o transeunte.
- O que temos pelai pa frente, de bar, restaurante e bricabraques?
- Daqui para lá? Aponta com o queixo, para J.Egidio.
- Sim.
- A um km tem o bar do Zé do Cleto.
- Um km! Passo. E Depois?
- Neres de neres! Só se sendo em Joaquim.
- Obrigado! Diz Luis.
- Nada! Unta em transe o um.
Noutro dia irei a Joaquim Egidio, pensa Luis, nada a seu tempo.
- Ah! Estou aqui. Diz Luis ao que salva-lhe um sousense. Luis vê que lá vem um sousense, dono de mugentes e semoventes, chega-se facilmente a isso, pois de cujos ele o sousense traz consigo estrumes nas botas e sendo assim se verifica a premissa. Luis interpela-o com um: Dia! Inferindo-lhe o costume. Não o tendo. Não houve resposta. Mas o mediu com fidúcias, como se houvesse dado Luis bons dias a bois.
7 Luis não se incomoda, sabe que fidúcias ou besteiras valem além vale do Rio Grande e que as coisas o olham com um crivo de censura e a tudo responde com sua acidez árida.
Há a direita uma praça sem graça, desertificada calçada de pedrinhas portuguesas em desarranjos. Uma terra batida desértica debaixo de árvores. Uma banca de jornal está ali, sem inserção. Na esquina há um bar, então? Esquinão! Luis coça os olhos que como se neles houvera respingado suco de óbvio.
Luis encontra-se no Esquinão com a famosa costelinha de porco frita em gordura hidrogenada de muitos usos, prato de vidro temperado marrom transparente fundo, limão à francesa para que as bagas explodam o ascórbico e o cítrico no olho do comensal, garfo frágil para costela sem temperos. Rija.
Luis vai sempre em frente. Depois da famosa costela e uma cerveja gelada, seguiu sua via-sacra com uma mesma ladainha.
- Baaaaanco. Canta Luis fazendo um baixo gregoriano.
- Paaaaasso. Ainda canta, só que agora faz um Tenor idem.
- Faaarmáaacia. Luis repete o baixo.
- Volto a paaaassar. Idem tenor.
- Venda de rações e passariiiiinhos. Aquele baixo gregoriano só que piu allegro.
- Sempre passareiei. Falsete à M.N. allegro ma non troppo. Vira-se para o Bar Central. Cruza a rua e...
- Uma fezinha? Pergunta o entreposto de bicheiro com cara de camundongo atrás de queijinho.
- Sim. Cinco mangos na milhar 7242 m/c do primeiro ao quinto invertida. Responde Luis. Feliz por ter uma margem ética muito larga para subsistir.
O Bar Central com seu balcão forrado de fórmica por fora e paulistinhas por dentro. Por sobre, preto gastado. A lateral, cor-de-rosa quando a rosa dava nome a cor e os dois da mesma época.
- Fico. Diz Luis com um ligeiro aceno de cabeça de si só.
Há na Vitrine de salgados, pasteis, croquetes e um não sei que com um espeto que lhe vara. Um senhor de jaleco azul puído limpo, anota num papel rosa, prestes a virar salmon, de embrulho, fileiras de números de cima para baixo abaixo de nomes acima. Ao ver Luis apalancar no balcão vigia-o sem ir a ele e ele volta-se aos números da sua cabala, parece que obteve um resultado: Jão Prodome 17,30. Toma de uma caderneta prende a língua com a pinça polegar-indicador ( ah! não se esqueça a tal pinça é o que nos diferencia dos macacos) e passa as folhas aleatoriamente com a tal pinça . Parece que encontrou o mesmo Jão na caderneta. Indexa o Jão do papel rosa a página Jão. Corre o dedo sobre valores anotados consegue um resultado, perquire-o, mas não anota. Volta-se para Luis.
- Pois não! que ce quer? Disse-lhe o balconista.
- Salgado. Sua graça?
- Mario.
-Seu Mario que é isso? Luis aponta o dedo na direção do espetado. E enquanto a mão direita tenta se livrar de algo às costa que está a pinicar, como uma camisa de linho direto na pele sem mais nada por embaixo.
-Frango, peito de frango empanado. Rumina Mario.
-Ok. Não. Obrigado. Quero mesmo uma caipirinha.
-Turlbo! Turbo? Tulbo? Tubo? Audindecifrável foi a resposta.
- Mas, pinga com limão e açúcar é no mínimo, ótimo. Vamos experimentar. Diz Luis.
-João um tulrbo. Disse o Mário pro João.
-Pinga ou voka?
-Que pinga? Pergunta Luis.
- Ô fiu, Véio, né!
-Pode ser. Disse Luis.
E lá vem o João olhos muito pretos, desconfiados nem pios, alto grasso jaleco azul justo e sujo na parte que encobre o orelhão verde-barriga da telefônica que se entreve entre as casas chuleadas caseadas que prendem botões um preto outros brancos e no preto a linha amarela cruzadinha nos quatro buraquinhos formando uma cruz. Tudo fica diminuído ao seu pé. A citar pilão: faca, limão, açucareiro e tábua e nela há um pequeno vale ao centro formado pela faca amolada até quase só cabo, dada infinidade de limões ali fatiados em rodelas, em cubos ou à francesa. Caipirinha! Finas rodelas unibagais de limão tirado o branco que deixa gosto azedo. Dentro do pilão mais açúcar, pila até melar. Outras rodelas sobram sobre a tábua, um copo tubo. Luis descobre. Era tubo! Pedras de gelo furadinhas, várias, até a boca do copo tubo. Depois insere rodelas de limão que estavam sobre a tábua entre o gelo e a parede do copo. Pinga no pilão, nova mexida, despeja o liquido cremoso no copo com gelo e rodelas de limão, não sendo suficiente para encher, completa-se com cachaça. Fogo no botijão.
-Saúde! – disse a Luis um cotovelo desconhecido, com aquele ar de quem, você-não-é-o-já-te-vi-nalgum-lugar-antes?
-Saúde! Pode ser - disse Luis e continua - afinal não vejo sinais em mim de invisibilidade a menos que seja neste tal lugar antes diferente desse e se isso pode ser comprovado deve ser o mais provável e que se verifique! E ergue o copo em ofertório, e bendiz, e a tudo junta um sorriso de quem fez pum. Alguém pedira um café... O que tem bico, mas não pinica, tem asa e não voa, vem seguro pela asa e enche do preto passado no saco o copo de fundo grosso.
Do que ouvi o cotovelo é corretor e seu vizinho também, e os que alarem o bar ali sentados, e acho que vi uma bengala e um chapéu marlonbrando em férias num verão em Paris, são 30% do pib e do Who’s who campineiro. Ao lado de Luis o enxuga-gelo-cotovelo olha para seu braço forte.
- Tartufices! Pensa Luis.
O braço do cotovelo também é forte. Uma francesa? A essas horas? Só pra se conhecer melhor? Melhor não, pensa Luis, bebi cerveja na esquina, caipira no Central melhor é vazar. Então via.
- Que mais? Fechado. Diz de só para si.
Açougue. Passo.
Padaria? Passo que sou pé. Diz Luis.
- 1,99. Passo.
- Igreja sem arquitetura, de todas as maneiras. Passo.
- Bar Caipirão! Sujo? Sim.
Quem não curte um sujinho. Havendo televisão? Sujão! Pensa Luis, eu do meu lado não sou tão radical, mas compartilho do mal-dizer. Já perdi muito tempo olhando-a sem entendê-la. Luis, mais pelo écran, passa.
Calçada novamente. Outra galeria; restauração Campinas Decor; em dia de fechado. Café, chá do... Contudo.
Aluga-se. Bela casa para Almo. Cantina Del Vicino. Inaugura hoje ao jantar.
Segue nosso Luis buscando desinteressadamente, só mesmo por um hábito turístico volátil. Jogar buraco com a sogra. Aguarda a primeira hora da tarde quase por findar. Então leva a eito. Com ritmados trejeitos de ombros que reverberam por todo o corpo.
- Meu Senhor faz favor! Pergunta a um transeunte.
- Sim! Responde o transeunte.
- O que temos pelai pa frente, de bar, restaurante e bricabraques?
- Daqui para lá? Aponta com o queixo, para J.Egidio.
- Sim.
- A um km tem o bar do Zé do Cleto.
- Um km! Passo. E Depois?
- Neres de neres! Só se sendo em Joaquim.
- Obrigado! Diz Luis.
- Nada! Unta em transe o um.
Noutro dia irei a Joaquim Egidio, pensa Luis, nada a seu tempo.
quinta-feira, outubro 19, 2006
4. Tapar.
- Oh!Sousas faça-me o favor, diga-me cá ao pé do ouvido quê há de novo? Porei-me em atenção. Continuarei feliz, tenha sim a certeza do que digo, é-me melhor saber-me feliz agora que ter que ir ao futuro para então de lá dizer-te: Oh! Sousas digo-te que era feliz e cá este maluco não sabia! Não havia mesmo porque ir ter ao futuro. Para quê? Por ter por perfeito simplesmente esse presente. Luis disse isso atrás de lirismo e nostalgia.
Luis segue ao que parecem as primeiras orientações, abichadas junto a seu Navalha. Cruza a ponte sobre o rio Atibaia, famoso por suas Atibaíades. Que Castaño tem como sereias e Ecidão et. Al. quais vestais. Mas isso é uma discussão puramente acadêmica. Para Luis mais bem ficar por aqui com ceras preventivas nos ouvidos.
Piso chão atrás do personagem deste alfarrábio e dos fatos que por fortuna hoje venham acontecer e se tais..., é tratar de contá-las. Sem pressa seguirei, para que não perca os nuances e com suavidade para que encontrando-os e ao contacto não se desfaçam, nem se alterem. Como já foi dito.
Luis ao meio da ponte, pára. Algo a incomodar entre a camisa e a pele, mexe os ombros, ajeita-se e por fim debruça-se sobre a longarina. Olha rio-acima e vê à esquerda os tais patos que foram prendas abandonadas por sortudos de uma quermesse remota. Segue a mirar, até onde sua vista alcança. O Atibaia que aqui passa é um rio de sobras e mesmo não todas, ainda que com as águas de um fevereiro áqüeo, flui mui magricela, mas já o viram imemorialmente untuoso, já o disse seu Navalha. Luis ainda vagueia seu olhar para a montante e vê tartarugas rochosas esquentando sol e esfolando água, só mesmo juntando dificuldades aos remadores do CRS . Diz:”A água e sua inimitável democracia” e como que a abençoa-la estende a mão sobre o rio num movimento de margem a margem. Democracia! Pensa Luis. “Hum” Luis diz. Ela. Desconhecida pelos que antes aprisionam o rio que tem a dita de descer. Luis que tudo vê, não vê Atibaíades sejam sereias ou drías. Mercapta. E novamente mexe os ombros, enfia a mão direita pelo colarinho junto à nuca.
- Sacam água limpa e restituem dejetos, então devo levar algodões nas narinas. Diz Luis de si para consigo e Bandeira.
“Como fede se não morto?”.
- Que?
...
Prendei o rio.
Maltratai o rio.
Trucidai o rio.
A água não morre ”
Luis lembrando-se do poeta, num tempo em que lia poetas e bebia água com as mãos em concha à beira de córregos cristalinos. Naquela época acreditava nos moleques que diziam: “engula o peixinho vivo que você aprenderá a nadar”.
Aprendeu? É a pergunta.
Sim! Eis a resposta.
O rio vive mediocremente por nos dar vida. Luis e o seu monólogo. E muito por isso, pela sua mediocridade foram as sereias encantar outra clientela. E com elas os Dourados, Bagres, Piaparas, Piaus, Tilápias, Mandis e Traíras. Restam hoje, Petcolápias, Petguaranás e Toronços-bóia pescados na simbólica limpeza anual do rio. Uma pescaria de botinas. Tudo se transforma em comércio precário. Ajude a limpar o rio comprando camisetas, chaveiros plástico envoltos em mais plástico. -Meu senhor salvador do rio onde deposito este invólucro de plástico se não há uma lixeira nessa praça e se salvássemos primeiro a praça? - Não sei! - E se salvássemos os tomadores de refripet e se salvássemos nós mesmos da duplicação desenfreada de nós mesmos como vermes num cachorro morto, ele próprio com sua curva de geométrico crescimento canigráfico atingindo os píncaros! - Talvez tenha dito isso ou pensado dizer. Não faz diferença, disse que disse, está dito.
As respostas fizeram-se ouvir, todavia sem incumbências. E o Águas-claras de sobras que ainda segue não é mais que sobras às nossas sobras somadas, nem mesmo tão claras e ainda menos águas.
Luis segue ao que parecem as primeiras orientações, abichadas junto a seu Navalha. Cruza a ponte sobre o rio Atibaia, famoso por suas Atibaíades. Que Castaño tem como sereias e Ecidão et. Al. quais vestais. Mas isso é uma discussão puramente acadêmica. Para Luis mais bem ficar por aqui com ceras preventivas nos ouvidos.
Piso chão atrás do personagem deste alfarrábio e dos fatos que por fortuna hoje venham acontecer e se tais..., é tratar de contá-las. Sem pressa seguirei, para que não perca os nuances e com suavidade para que encontrando-os e ao contacto não se desfaçam, nem se alterem. Como já foi dito.
Luis ao meio da ponte, pára. Algo a incomodar entre a camisa e a pele, mexe os ombros, ajeita-se e por fim debruça-se sobre a longarina. Olha rio-acima e vê à esquerda os tais patos que foram prendas abandonadas por sortudos de uma quermesse remota. Segue a mirar, até onde sua vista alcança. O Atibaia que aqui passa é um rio de sobras e mesmo não todas, ainda que com as águas de um fevereiro áqüeo, flui mui magricela, mas já o viram imemorialmente untuoso, já o disse seu Navalha. Luis ainda vagueia seu olhar para a montante e vê tartarugas rochosas esquentando sol e esfolando água, só mesmo juntando dificuldades aos remadores do CRS . Diz:”A água e sua inimitável democracia” e como que a abençoa-la estende a mão sobre o rio num movimento de margem a margem. Democracia! Pensa Luis. “Hum” Luis diz. Ela. Desconhecida pelos que antes aprisionam o rio que tem a dita de descer. Luis que tudo vê, não vê Atibaíades sejam sereias ou drías. Mercapta. E novamente mexe os ombros, enfia a mão direita pelo colarinho junto à nuca.
- Sacam água limpa e restituem dejetos, então devo levar algodões nas narinas. Diz Luis de si para consigo e Bandeira.
“Como fede se não morto?”.
- Que?
...
Prendei o rio.
Maltratai o rio.
Trucidai o rio.
A água não morre ”
Luis lembrando-se do poeta, num tempo em que lia poetas e bebia água com as mãos em concha à beira de córregos cristalinos. Naquela época acreditava nos moleques que diziam: “engula o peixinho vivo que você aprenderá a nadar”.
Aprendeu? É a pergunta.
Sim! Eis a resposta.
O rio vive mediocremente por nos dar vida. Luis e o seu monólogo. E muito por isso, pela sua mediocridade foram as sereias encantar outra clientela. E com elas os Dourados, Bagres, Piaparas, Piaus, Tilápias, Mandis e Traíras. Restam hoje, Petcolápias, Petguaranás e Toronços-bóia pescados na simbólica limpeza anual do rio. Uma pescaria de botinas. Tudo se transforma em comércio precário. Ajude a limpar o rio comprando camisetas, chaveiros plástico envoltos em mais plástico. -Meu senhor salvador do rio onde deposito este invólucro de plástico se não há uma lixeira nessa praça e se salvássemos primeiro a praça? - Não sei! - E se salvássemos os tomadores de refripet e se salvássemos nós mesmos da duplicação desenfreada de nós mesmos como vermes num cachorro morto, ele próprio com sua curva de geométrico crescimento canigráfico atingindo os píncaros! - Talvez tenha dito isso ou pensado dizer. Não faz diferença, disse que disse, está dito.
As respostas fizeram-se ouvir, todavia sem incumbências. E o Águas-claras de sobras que ainda segue não é mais que sobras às nossas sobras somadas, nem mesmo tão claras e ainda menos águas.
quarta-feira, outubro 18, 2006
3. Para
Luis indo para a fabrica...
Um galo canta acerca. Um rádio memorioso sona:
...pipoca aqui, pipoca ali...
Abriu saudades de um maio. As ondas reais, vazam de janelas, vindas de uma potente tecnologia a endoidar moléculas do ar:
... a te querer e te querer...!
O verão vai pelo meio pré-aquecendo carnavais, inda que não soem marchinhas. Faz um sol de rachar mamonas. Sói chover amazonicamente à tardinha. Nosso herói caminha indolentemente com um estoque de bamb. Bambu ótimo para vara de pescar. Vai apagando pegadas na estrada do ir e vir. É sabedor que esquecer é lembrar por completo, minúcia a minúcia. Então esquece, vivas imagens das oficinas de berloques, papeis reciclados, bijuterias, pinturas, marcenarias, carpintarias, artesanias e vitrais do hospital, Sanatório Dr. Candido Ferreira.
Plenilúnio. Os gatos e gatas estão exaustos nos beirais. Os cães estão à sombra de outros e ainda mesmos beirais, lambem-se os próprios genitais, coçam-se o pescoço com as patas traseiras e lambem-se-lhas. Luis olha para o céu procurando a lua que virá de Joaquim Egidio. Muito cedo ainda para esse ser noturno, pensa. “Por que a lua tem aquele talco?” Pergunta-se Luis “Que intempéries dissolveram a rocha lunar?” Sua ignorância não responde! “Que erosões, minuanos, que não-águas?” Sem obter resposta, revolta-se - Uma pegada no chão que não vinha nem ia a lugar algum deixou a humanidade à mercê de um passo. E ela a lua? Faz maré, luar a beira-mar, eclipses. Satisfeito Luis desbastará a cabeleira porque ele nada entende de lua e cortes de cabelo. Fará isso a meio caminho da ponte do Atibaia e Sousas, na barbearia de seu Navalha. Chamo-o destarte dada barbeiragem do corte. Além disso? Luis ouve Navalha pensando em Laura...
Luar há no laurel
dum luar a lual
há Laura a laurear
luais e luas no olhar
loas a uma Plenilaura...
Seu Navalha usa o polegar para esticar a pele da costeleta junto a orelha, fazendo o pé-do-corte com o cabo da navalha secular trançada entre dedos e a pinça polegar-indicador a manejar a lâmina.
- Reeék. Diz a lâmina, no que fica cheia de creme e pontas negras e grises de barba e Navalha a limpa na palma chonchuda da mão em concha.
Reeeék. Repete a lâmina. Enquanto Luis inclina ainda mais a cabeça, mirando a espuma grudada a palma da mão de Navalha.
Alguém sempre vende uma cachacinha, né! Diz o seu Navalha. Infiro que falou dos usuários a flanar pelo distrito.
- Você depende ... de ...que ... de você. Arrolha Luis, mudando de assunto, já que ata idéias próprias e já concebidas a respeito.
- Nós, quem? Pergunta Navalha, começando a pensar coisas.
- O espelho que nos duplica. Fala Luis olhando para o espelho ele naquele guarda-pelos metido, com as mãos por baixo dele... braços atados, Luis tenta coçar a orelha inclinando a cabeça e levantando o ombro.
-Ahn! Desengasga-se Navalha.
Navalha prossegue o ritual: Álcool, talco, velva e umas escovadelas no pescoço depois desdobra a gola da camisa dá a escova a Luis que dá umas escovadelas desleixadas nas pernas das calças e pronto. Sai a par de coisas e pessoas e algum veneno destilado. Na barbearia onde esteve em mãos de Seu Navalha por vinte minutos, e com o tal noticioso obtido terá o básico para sua estadia na pequena Sousas. E lá vai Luis.
Um galo canta acerca. Um rádio memorioso sona:
...pipoca aqui, pipoca ali...
Abriu saudades de um maio. As ondas reais, vazam de janelas, vindas de uma potente tecnologia a endoidar moléculas do ar:
... a te querer e te querer...!
O verão vai pelo meio pré-aquecendo carnavais, inda que não soem marchinhas. Faz um sol de rachar mamonas. Sói chover amazonicamente à tardinha. Nosso herói caminha indolentemente com um estoque de bamb. Bambu ótimo para vara de pescar. Vai apagando pegadas na estrada do ir e vir. É sabedor que esquecer é lembrar por completo, minúcia a minúcia. Então esquece, vivas imagens das oficinas de berloques, papeis reciclados, bijuterias, pinturas, marcenarias, carpintarias, artesanias e vitrais do hospital, Sanatório Dr. Candido Ferreira.
Plenilúnio. Os gatos e gatas estão exaustos nos beirais. Os cães estão à sombra de outros e ainda mesmos beirais, lambem-se os próprios genitais, coçam-se o pescoço com as patas traseiras e lambem-se-lhas. Luis olha para o céu procurando a lua que virá de Joaquim Egidio. Muito cedo ainda para esse ser noturno, pensa. “Por que a lua tem aquele talco?” Pergunta-se Luis “Que intempéries dissolveram a rocha lunar?” Sua ignorância não responde! “Que erosões, minuanos, que não-águas?” Sem obter resposta, revolta-se - Uma pegada no chão que não vinha nem ia a lugar algum deixou a humanidade à mercê de um passo. E ela a lua? Faz maré, luar a beira-mar, eclipses. Satisfeito Luis desbastará a cabeleira porque ele nada entende de lua e cortes de cabelo. Fará isso a meio caminho da ponte do Atibaia e Sousas, na barbearia de seu Navalha. Chamo-o destarte dada barbeiragem do corte. Além disso? Luis ouve Navalha pensando em Laura...
Luar há no laurel
dum luar a lual
há Laura a laurear
luais e luas no olhar
loas a uma Plenilaura...
Seu Navalha usa o polegar para esticar a pele da costeleta junto a orelha, fazendo o pé-do-corte com o cabo da navalha secular trançada entre dedos e a pinça polegar-indicador a manejar a lâmina.
- Reeék. Diz a lâmina, no que fica cheia de creme e pontas negras e grises de barba e Navalha a limpa na palma chonchuda da mão em concha.
Reeeék. Repete a lâmina. Enquanto Luis inclina ainda mais a cabeça, mirando a espuma grudada a palma da mão de Navalha.
Alguém sempre vende uma cachacinha, né! Diz o seu Navalha. Infiro que falou dos usuários a flanar pelo distrito.
- Você depende ... de ...que ... de você. Arrolha Luis, mudando de assunto, já que ata idéias próprias e já concebidas a respeito.
- Nós, quem? Pergunta Navalha, começando a pensar coisas.
- O espelho que nos duplica. Fala Luis olhando para o espelho ele naquele guarda-pelos metido, com as mãos por baixo dele... braços atados, Luis tenta coçar a orelha inclinando a cabeça e levantando o ombro.
-Ahn! Desengasga-se Navalha.
Navalha prossegue o ritual: Álcool, talco, velva e umas escovadelas no pescoço depois desdobra a gola da camisa dá a escova a Luis que dá umas escovadelas desleixadas nas pernas das calças e pronto. Sai a par de coisas e pessoas e algum veneno destilado. Na barbearia onde esteve em mãos de Seu Navalha por vinte minutos, e com o tal noticioso obtido terá o básico para sua estadia na pequena Sousas. E lá vai Luis.
terça-feira, outubro 17, 2006
2.O pó.
O livro já começou... Não perca tempo, já que dinheiro foi gasto. Assim... pense um dia radiante!
- Pensou?
-Claro! Entendo, mas ele é como?
-Caloroso?!
-Isso mesmo!
- Brasileiro? Feliz?
-Ah! Que bom.
-Isso mesmo!
-Sim! Único!
-Como?
-Isso! Um que deixe muitos sem ter afazeres e outros redime de todo utilitarismo dos dias-de-branco, implícitos juízos sem juízo. Tenha bem entendido, posta a fundamental importância do tema, pois que senão pare.
Um dia nada leniente, se existe nele, deve inexistir fora dele! Sim?
- Sabático? Você me pergunta.
-Isso mesmo! Um sábado incomum, ainda mais se tal sábado for esse: um dos fevereireiros sábados quando o carnaval chega em março, e o espírito carne, suor e cerveja já ande instaurado e o meio desse dia vai por um fio. Luis com a cabeça sob a bica d’água tem o nariz socado no pequeno ralo da cuba do lavabo, um tanto amareliça do cálcio gotejante de todas as velhas torneiras. Se algum ocre? Deve ser do Fe+++ dos canos. Luis faz seu asseio despertador. Sacando a cabeça molhada dali. Escorre os cabelos com as mãos, faz com elas as mãos tiara-rodo usando os polegares rentes às orelhas e os indicadores junto à testa. Empurra a água até a nuca. Mira o espelho logo acima da cuba e assim permanece. Luis quando era coroinha fixava o olhar nos ladrilhos hidráulicos da velha igreja do nosso senhor do Bomfim. Luis pousava o olhar aos losangos mais escuros por um lapso de tempo e aqueles a se fixarem na memória. Quando Luis movia um tiquinho o olhar, obtinha uma nova imagem do losango e a nova imagem junto com a fixada na memória, criava uma dupla realidade do piso da velha igreja, ao gerar a sensação de um certo relevo. Não era intenção dos losangos ou de Luis, só bem mais tarde é que se preocupou com tais fenômenos, descobrindo que o ver se dá por quantas de luz e para tanto se usa a memória e se essa imagem gravada na memória ficar exposta mais tempo que a quanta da visão, ocorre de ver-se o que já não é, junto com o que é, como rodas girando ao contrário em filmes. Luis diante do espelho tinha sua imagem confundida com aquela impressa na memória, esmaecida, um fumes com lapsos de esquecimentos, no total; inverídica essa dupla realidade. Impossível. Pensou em cortar os cabelos, numa tentativa de ajustar o foco. Abanou a cabeça apagando imagens. Respingou gotas d’água pelo cubículo e espelho. As gotículas escorriam, somavam-se a outras como lágrimas daquela juventude envelhecida. Assim nem lavado nem sujo, mal ajambrado, sai a caminhar a estrada que liga a oficina à fábrica.
- Pensou?
-Claro! Entendo, mas ele é como?
-Caloroso?!
-Isso mesmo!
- Brasileiro? Feliz?
-Ah! Que bom.
-Isso mesmo!
-Sim! Único!
-Como?
-Isso! Um que deixe muitos sem ter afazeres e outros redime de todo utilitarismo dos dias-de-branco, implícitos juízos sem juízo. Tenha bem entendido, posta a fundamental importância do tema, pois que senão pare.
Um dia nada leniente, se existe nele, deve inexistir fora dele! Sim?
- Sabático? Você me pergunta.
-Isso mesmo! Um sábado incomum, ainda mais se tal sábado for esse: um dos fevereireiros sábados quando o carnaval chega em março, e o espírito carne, suor e cerveja já ande instaurado e o meio desse dia vai por um fio. Luis com a cabeça sob a bica d’água tem o nariz socado no pequeno ralo da cuba do lavabo, um tanto amareliça do cálcio gotejante de todas as velhas torneiras. Se algum ocre? Deve ser do Fe+++ dos canos. Luis faz seu asseio despertador. Sacando a cabeça molhada dali. Escorre os cabelos com as mãos, faz com elas as mãos tiara-rodo usando os polegares rentes às orelhas e os indicadores junto à testa. Empurra a água até a nuca. Mira o espelho logo acima da cuba e assim permanece. Luis quando era coroinha fixava o olhar nos ladrilhos hidráulicos da velha igreja do nosso senhor do Bomfim. Luis pousava o olhar aos losangos mais escuros por um lapso de tempo e aqueles a se fixarem na memória. Quando Luis movia um tiquinho o olhar, obtinha uma nova imagem do losango e a nova imagem junto com a fixada na memória, criava uma dupla realidade do piso da velha igreja, ao gerar a sensação de um certo relevo. Não era intenção dos losangos ou de Luis, só bem mais tarde é que se preocupou com tais fenômenos, descobrindo que o ver se dá por quantas de luz e para tanto se usa a memória e se essa imagem gravada na memória ficar exposta mais tempo que a quanta da visão, ocorre de ver-se o que já não é, junto com o que é, como rodas girando ao contrário em filmes. Luis diante do espelho tinha sua imagem confundida com aquela impressa na memória, esmaecida, um fumes com lapsos de esquecimentos, no total; inverídica essa dupla realidade. Impossível. Pensou em cortar os cabelos, numa tentativa de ajustar o foco. Abanou a cabeça apagando imagens. Respingou gotas d’água pelo cubículo e espelho. As gotículas escorriam, somavam-se a outras como lágrimas daquela juventude envelhecida. Assim nem lavado nem sujo, mal ajambrado, sai a caminhar a estrada que liga a oficina à fábrica.
1. Popatapataio,
Me digo Luis Antonio Benarmê. O epitáfio daquele que pergunta: quem sou eu? É: “O porfazer é a dentuça engrenagem do tempo e tomar decisões levará a um dia tecer juízos, e ninguém merece mesmo mais que esse meu lote inglês”.
É-me desconcertante minha idiotice diante da vida. Vivo em meio a um conjunto infinito de equações, com seu duplo de incógnitas e cada equação é dependente d’outra e essa dependência sempiterna sujeita a outra e assim sucessivamente. E quanto mais às estudo menos sei o quê da equação. Talvez não seja um quê. Um velho espanhol um dia fez-me a seguinte questão: tenho 100 reais. Quero comprar 100 cabeças de gado que sejam novilhos a 50 centavos, vacas a 5 reais e bois a 10 reais. Naquele momento sabia o quê e sabia resolver equações do primeiro grau. “É fácil abuelo” disse-lhe. Não resolvi. Sai-me qual um Laplace idiota. E até hoje não consigo demonstrar a resposta. Quando estou perto, a tartaruga anda uma fração de espaço, um por dez a sexta. Suspeito que não saiba sequer a resposta que o galego me mostrou, sem ma explicar. Tento amiúde muitos caminhos.
Contarei, a historia de um viajante, tão idiota quanto eu, entre o fim de uma manhã e começo de uma noite de verão, ele encharcado de álcool e lama. Um que num relance foi canibal. Comeu a eminência hipotênar de uma fábia catalã. Julgado criminoso, cumpriu grande parte da pena. Ou toda. Do cárcere, que não reconstituiu a eminência hipotênar, tampouco apagou da sua mente aquele episódio. Foi sacado, como louco,( um advogado julgou sábio este fazer) para ser internado num manicômio. Não sei se ele (o manicômio) se abriu. Se dele ele saiu. Se nele (manicômio) o mundo entrou. Por fim escrevo essa tolice, assim começada por esse breve anacronismo, verdadeiro e que se verifique. Se algo houver em discussão e se tanto permear, será sim a liberdade, não o livre arbítrio.
Luis da Silva Neto viveu, bebeu, comeu, tudo e tal, livre.
Zénão depois de ler os fragmentos do manuscrito, que me servem de norte, disse haver neles menos que uma historia, sim o tal anacronismo, senão nem mesmo um viver. Resolvi então contá-lo. Que sê menos que um livro. Tal será, como antes dito, composto a partir de fragmentos de uns manuscritos recolhidos. Uma parte significativa no dia 18 de fevereiro do ano 2002, no Deck bar em Sousas. Outra parte num bar dito <>, de uma pequena cidade do norte de uma província de Espanha. O dono do bar, Manell Florenci i Pirò, disse ter guardado tais manuscritos como forma de pagamento, que teria então sido efetuado por um comensal despojado de valores monetários naquele antanho e sacado que foi do bar por uma dupla de policiais. O valor; equivalente ao consumo rezado por Manell como o efetuado por seu fazedor, seja; é de dez cervejas Voll Dann, duas tapas de tigres raivosos e uma de sementes de girassol.
Manell assegurou da existência deste exemplar como única. Porém nada impede que certos costumes que transformam singularidade em pluralidade tenham de fato ocorrido e o dono do bar já não mais venda cervejas e tigres com mais ou menos pimenta, e sim sementes de livros que é no que transformo aquele original manuscrito.
Nada impedirá que você, ao se deparar com este não venha proceder de igual forma. Se assim o fizer, estaremos a escrever o livro infinito.
Não pague, portanto caro por ele, talvez não valha mesmo mais que uma conta pendurada num boteco como El Racó Medieval, de qualquer cidade pequena ou grande, hospitaleira ou insólita como Guimerá.
O transporte da cena para Sousas não é laborioso dado a similitudes várias dessas prosaicas cidades. Você se aperceberá das duplicidades implícitas excetuando urgências geográficas, se bem que um vulcão sempre poderá ser isômero de uma cratera. Não se olhe, portanto, no espelho com tanta gravidade, ele duplica e o que duplica torna-se promiscuo e mentiroso, tal é a conseqüência de um em outro e que isso por fim também se verifique. Você poderia inferir facilmente então que a historia tal, é uma irremediável invenção e que você ao executar o que vos insinuo, tornaria então a coisa promiscua, mas a defesa se faz co’a ausência do manuscrito, destruído antes da duplicação, assim evitando a promiscuidade e evidentemente isso não se verifica. Mas se você pensa transformar esse no seu manuscrito, deve primeiro destruí-lo. Antes talvez melhor lê-lo, que é o mesmo que destruir. Põe-se com urgência, que ler é aumentar a própria ignorância.
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