O famoso estatuto da famosa mesa um foi escrito pelo famoso Zé. Assíduo freqüentador dela, mais que isso, seu famoso presidente. Dizem existir um calhamaço de trinta páginas que nunca foi visto. Mas diz a famosa lenda que ele existe e agradeço a Zé a oralidade folcloripreservadora mantida viva. Há contudo quem o tenha lido. Dizque, Ecidão famoso inventor do novo bordão do partido o famoso ”adaPTei”. Ecidão leu? Dizemque.
- Introibo ad mesaum Deckei. Diz Luis. Em latim de coroinha.
O brasileiro quando é do samba É entusiasmado, quando...
Cantarola Luis acompanhando o regional que seguia presto. Pondo voz onde não deve haver. Um galo canta ao longe. Luis remoto como um vaso de barro mesopotâmico, segue sem pára-águas na chuva de sua memória. Agora entra numa classe de físico-química onde o professor doutor embaralhava-se com a lei de distribuição de Boltzmann. Ambrósio o aluno judeu fecha a pasta chamando com o barulho a atenção do mestre professor doutor.
- Que acontece senhor Ambrósio? Pergunta o mestre silabando. Ã- Bró-siii-ô.
Ambrosio gentil aluno prático na sabedoria prática dos gentios responde quase feminino:
- Sabe o que é professor doutor: esqueci a roupa no varal e a pressão aumentou, acho que vai chover. Disse o remoto Ambrosio. E o dito e assim dito foi o júbilo, o cântico dos cânticos. E todos ou quase todos saíram para os seus feijões e roupas nos varais. O de Luis era um tabuleiro de xadrez. Luis credita ao desaparecimento de Ambrósio, que nunca mais voltou a faculdade depois do acontecido, seu tardio esquadro da LibeLu e seu tardio enquadro no movimento-independente-não-se-pode-mudar-o-Brasil-se-não-mudo. Diz de si para consigo: Bobagens, abanando simetrias interpostas.
No Deck segue o regional Jacobiando, waldiazevediando, enfim bandolinando, sacando espinhas de bacalhau. E o zumzumzum mosqueado na fila do perdigoto onde está Ademar e o Aluno um na kronenbier o outro no chope e nesta ordem. Ademar já tocou pandeiro, às vezes dá uma canja, mas tem a bursite. Isso é o que ele diz, mas é gota. Disse outro dia o seu Ivan. Talvez seo Ivan apareça no bar hoje.
Primeiro intervalo. Palmas muitas palmas e uma certa devoção. Chorões. Discutindo o porquê de a maioria dos chorinhos não terem letra? E quando têm são de lascar. E ponto. Ponto nada. E Carinhoso? É a única. Você que pensa. O outro abre o y do y. Você já ouviu Assanhado com o Armandinho? Pronto. Pega fogo. Que Armandinho que nada? Aquilo é jazz. Estou falando de chorinho. O infinito é ali mesmo, perto da discussão de encruzilhadas.
Flores. Muitas flores, tudo são flores. Diria o seu Ivan. Pensa Luis. Quando vê chegando três moças. Elas. Isso são Elas. Birds. Diz Chic’Orelha. Uma bonita, uma negra bonita e uma nega Feia par la demon seccours.
Ana banana
Não tem caroço,
É fruta linda,
Pra lindo moço.
Luis cantarola sem voz uma canção adolescente de sua autoria, para um festival do calouro, quando ele já não o era.
Para seu Ivan não há mulheres feias. Um verdadeiro homem bomba. Mata-se para abate-las. Quando vê uma fêmea vem lhe a urticária, pernas mordiscando qual boca de jacaré e todo-cotovelos cotoveleia. Um gay macho, pura testosterona. Ó! Olha! Ó! Interpelando vizinhos. Mas Seu Ivan ainda não chegou ao Deck para nos brindar com a sua animalidade perfumada à francesa.
quarta-feira, outubro 25, 2006
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