quinta-feira, dezembro 07, 2006

25. Rezaiste

Belmiro pela porta do fundo do Deck trazia as noticias ainda quentes da enchente. Mercapta.
- Você viu Zénão o que está acontecendo?
Zenão não vira, pois estava discutindo o tal texto de Luis. Compenetradíssimo.
- Cadê J.J.? Perguntou Belmiro.
- Pare com isso Belmiro. Deixe me em paz.
- Luis Bebeu. Cantou. Está na 21 se engraçou com a mais Feia.
- Treta. Belmiro maquiavélico.
- Né não.
- É aquele negócio; conversa com a Feia simpática atira uns tijolos na mulher bonita que está sempre, pordeus, insegura.
- É por ai. Como você é xarope Belmiro.
- Li o Manual para melhor te xavecar[1]. Fala Belmiro.
Enquanto isso Luis toma do seu copo e se despede temporariamente das moças. Todos sorridentes. Passa pela 11 a mesa da discórdia, neste instante quarta-parte ocupada. Lá esta H. de Pádua fundador do separatismo sousense, tenho certeza se dito um Hijo de Puta, HdeP, ele fica fulo. A Europa se unindo e Sousas município? Evidente só ai poderemos cuidar melhor da APAs segundo um interesse sousense, não com um sub-prefeito pau-mandado dos Jequitibás. E lá vem chegando a base operária do Sousas Município Autônomo, SOUMAU. Jão Prodome chega.
- Fala dotor. Fala Jão.
- Falo, falo sim. Diz H. de Pádua e emenda: vou direto ao assunto.
- Pode falar doutor sem rodeios. Fala Jão.
- O cabeceira deixou quinhentos paus para repartir com o pessoal. Disse-me ainda: Dê mais a J. P., Ele gosta de você Jão. Ele disse, o Jão é o porta-voz, não ele disse, Jão é o munícipe, o povo em si, está nos bares bebe socialmente depois disse, dê um pouco para o jornalista como que se diz? J.C. Emedione outro tanto pro advogado GB Gabriel e falou assim olhando no meu olho, só volte a me procurar depois que for eleito, que vou então acabar com essa mixórdia e daqui a dois anos Sousas estará livre com eleições e você será o primeiro prefeito HijodP, olha que não gostei, mas que fazer? Era o homem ele mesmo sem recados disse ainda: comportas a montante, construir palácio dos Ingazeiros entre os dois rios, mesopotâmia Hdputa. Mas doutor Rezaistes talvez fosse melhor já fundar um principado então teríamos famílias principescas e principais. Não HdeP.. Doutor! Quase fiquei nervoso, ele sabe que não gosto, mas ele pode. Não esqueça as bases meu munícipe, as bases. Frisou. Os munícipes são a nossa força, depois mando tirar todo esse lixo de gente daqui com um chute nos rabicós de cada um. Sim senhor doutor Rezaistes. Eu disse. E ele disse ainda: entre na ação cidadã desse ano junto com o Jão P. faça camisetas enfeite os barquinhos recolhedores de petcolápias contrate modelos e vista-as com as camisetas, não coloque o meu nome que ainda não é a hora. Modelos? Será que chegam a virar mulheres, sempre só um modelo um protótipo não importa sempre sobra uma roçadinha aqui um bumbum distraído ali jantarzinho alegre lá no-como-se-diz? É práisso mesmo, de negócios, todo bonitinho, respeitoso, conheço o garçom e ele descola mesa do fundo, pés sob a mesa subindo canelas durinhas, penugens, calor subindo, mais um vinho, merecemos, foi um dia lindo, o povo na praça, as petcolápias amontoadas na Beira-Rio, fotos no Correio, na coluna social do XV, com sorte na do Correio, conheço o cara lá do Citibar, vinho branco Camilo Alves.
Jão Prodome bota as notas de cinqüenta na carteira, aperta a mão de H. de Pádua e escafede para o Central, que “lá que é o meu lugar”. Sai dizendo.
Luis na volta esbarra na estátua de Hermítio que lê Carta Capital que não se incomodaria ainda que o Bertolini passasse por aqui tocando o mini-trompete dentro da sua orelha.


[1]Manual de Xavecagem por Ecidão, com anotações de Nicola Machiavello.

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