quarta-feira, dezembro 27, 2006

31.Reintroibo.

De volta ao lar. Luis sem planos. Luis sem Laura. Luis.
- Já que não podemos sair daqui então...
- Então o quê? Falou Zénão.
- O chope falecido? Pergunta Luis.
- Faltoso!
- Ausente!
- Alheio!
- Distraído!
- Desatento! Fala Zénão fechando o pinga-fogo.
- Belmiroooô! Gritou Luis, já que o atraso é de lei.
- Que foi comeu sal, não dá pra esperar? Fala Belmiro mais perto que se esperava, quase intrometido.
- Sal não, ostra e bacalhau! Luis.
- E a que esconde a beleza? Pergunta Zénão.
- Conto-te já, ela a figura sem tristezas aparentes quis saber quem eu era! Disse Luis. Sério.
- E você? Que disse?
- Deveria haver dito que era um caracol que carrega a casa, a origem, mas disse que não sabia, e que tenho medo de saber, e saber que não tenha afinal tanto controle do que sou ou penso que sou e que são décadas de uma edificação sem fim. Agora que fui lá novamente pareceu-me zangadamente acessível. Mas meu cheiro estava lhe incomodando!
Luis ainda crê que mulheres não têm metafísica. Têm sabedoria e sabedoria é uma raiz que afunda na terra em busca de folhas, flores e frutos, cada qual no seu tempo. Luis quer florescer no inverno, no outono e acaba por ficar meio encruado na primavera.

Nenhum comentário: