- Que é que acha de um bacalhau Luis? Pergunta Zénão. Querendo que Luis desconsidere Belmiro que o chamou de J.J..
- Não precisa intermediar mais nada não, Zenão!
-E se fosse lá, pensa Luis, diria ao Belmigo - sua mulher está me mostrando a sua (dela) boceta. - E o Senhor não gosta?- Perguntar-me-ia ele, cínico. Melhor não ir.
- Então vamos de bacalhau Luis? Disse Zénão.
- Sim há a visão! Com bacalhau soma-se o cheiro! Um acepipe perfeito!
- O que seria um acepipe perfeito? Pergunta Zénão.
-Tirante o cheiro, o gosto, a textura, a insaciabilidade e iconoclastia! Não sei - poderíamos ter o acepipe comunista, o separatista, o aristocrático, o estético, o excêntrico, o do sonhos, o improvável, o impagável e o intragável. Cada qual com sua classe.
Mas o inexoravelmente perfeito, que a todos fosse possível cometer e que a todos agrada? Insiste Zénão.
-Uma mércia!
-Hahaha!
-Hahaha!
- Vai Mércia, isso mesmo! Diz Luis no que Mércia abria um pouco mais as pernas.
-Isso é uma profanação Luis! Diz Zénão.
-Acho não. Temos que compor a cena, só isso, tomar parte dela é o que nos cabe, forse altri narrem.
-E quem sacará juízo? Pergunta Zénão.
-Espere o pano baixar!
-Hahaha!
- E ostras?
-Que tem as ostras?
-Ostras e sexo!
-Sim tem virgindade em jogo, a luta para se abrir e saciar o insaciável e antes de tudo que dizer da textura?
- Sim. Nada a dizer senão que esperma.
- Hahaha! Ambos riram inebriados, Luis olhava por tudo, Zénão fazia discurso apotídico da visão como forma de obtenção de informações. Alguém algures dizia que Romário deveria ser convocado. Que a chuva refresca. Que os alemães não tem espontaneidade. Que Eça é melhor que Machado. O contrario. Que o juiz roubou. Que fulano faliu. Que recebeu um emeio que dizia que Borges não existe. Que a mulher mudou a vida do Caetano. Alcides Benevides ao ouvir a palavra Romário, diz para Alceu: não é que o Romário não treine, aquela corridinha dele de passinhos curtos escorregando a ponta dos pés na grama é que dá a ele aquela arrancada fabulosa em pouco espaço. Cides! Interpela Alceu. Menos, menos, o cara é profi, tem que treinar sim. E o Chico’oreia imitando o Lula. Que o rio está enchendo...
-Espetáculo de arte vária. Vejo a ensancha da saia. Mas o marisco mais que ostra se assemelha. Disse Luis sentindo uma fogueira ascender.
- Calcinha... Murmura Zénão.
- Ver, cheirar, tatear e degustar! Mércia, Ostras e bacalhau! Fala o iconoclasta.
- Toda indigestão é má, mas a de ostra é péssima. Fala Zénão, e no caso o que vem a ser indigestão?
- Paixão não correspondida?. refala Zénão.
- O visual é grátis e as ostras são vivas e de Cananéia. Fala Belmirador publicitando porções do Deck, para ver se aumenta a féria.
- Vivas sem nunca terem saído de casa? Uma vida sem aventuras, onde morada, fortaleza e território é o mesmo sitio onde não há nós outros?
Enquanto isso a mini-saia de Mércia virava uma micro-saia, e ela pousava os pés no descanso da mesa que ficava a um palmo do chão e levemente abria e fechava suas pernas torneadas ainda que não fossem, mas eram e se podia ver do sapato a calcinha e antes dessa o começo da vaga.
- Se estivesse só. Não faria isso. Fala Zénão.
- O asno além de cruzar o rio ainda protege da investida d’algum Escobar incauto. Se todos não fossemos.
- Fossemos qual?
- Ambos. O um quando cobiçamos, o outro quando as temos. Mas de certeza faria mais gozo a ele se estivesse aqui, e visse o que sentimos. Sentindo o que vemos.
terça-feira, novembro 21, 2006
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